Com a época terminada, é altura de fazer um balanço sobre o rendimento dos jogadores e das expectativas para a próxima temporada. Algumas surpresas, outras decepções, mas aqueles jogadores que mais nos chamam a atenção têm sido os jovens! O que será que pode fazer? Como irá evoluir? São um conjunto de perguntas que todos colocamos quando vemos um jogador a estrear pela equipa principal e a fazer boas exibições, a curiosidade é sempre até onde ele poderá chegar. Será um novo Ronaldo ou mais um Bebé? A questão que nunca ninguém irá responder com toda a certeza pois a evolução depende de vários fatores que muitas vezes pouco estão relacionados com a qualidade técnica. Esta época foi marcada pela aposta nos jovens no futebol português, e certamente será injusto fazer um 11 ideal por qualidade técnica, assim sendo, a decisão foi feita com base nas exibições, qualidade individual e regularidade apresentada.
GR: André Moreira (União da Madeira) - Confirmou o excelente Mundial de Sub-20 tendo sido a principal figura da primeira volta dos Madeirenses. No entanto a sua grave lesão no final de Janeiro comprometeu a restante época em termos individuais e uma grande perda para a equipa do União. Em 19 jogos na Primeira Liga André sofreu 24 golos em 19 jogos, tendo 10 destes golos sido sofridos em apenas 2 jogos mais atípicos (4-0 Porto) e no famoso (6-0 Paços de Ferreira). Números impressionantes a juntar a fantásticas exibições como no empate contra o Benfica e na vitória sobre o Sporting.
DD: Junior Oto’o (Tondela) - Com uma época complicada em termos coletivos o jovem proveniente do Braga B, agarrou a titularidade na 14ª jornada sendo titular nos restantes jogos. Foi um elemento importante na “remontada” do Tondela tendo jogado todos os jogos e assumindo um lugar de destaque na defesa dos pupilos de Petit. Na próxima época merece uma oportunidade na pré-época do Braga!
DC: Victor Lindelöf (Benfica) - O “Iceman” qualidade silenciosa, nunca comprometeu na equipa B mas também nunca foi um destaque. Após ter sido campeão europeu sub-21, O sueco iniciou a época na equipa B sendo sempre o patrão da defesa mas com falta de golos que fizessem notícia. Cumpria e varria a casa, no entanto nunca foi um destaque, alguém em quem se depositasse a titularidade na equipa A. As inúmeras lesões no corredor central da Luz orbitaram Rui Vitória a apostar no sueco. A 20ª jornada foi o início de novas missões, foi chamado para substituir Lisandro por lesão, Lindelöf não tremeu e agarrou a titularidade até ao final da época sempre com o mesmo registo apenas um golo marcado e exibições sempre constantes e positivas, o mesmo Lindelöf da equipa B.
DC: Rúben Semedo (Vit. Setúbal/Sporting) - Após boas indicações na pré-época, a humildade de Semedo foi recompensada com um regresso à equipa de Alvalade após uma primeira volta em que foi o destaque na defesa do Bonfim. A passagem do Tejo não podia ter sido melhor, tendo agarrado um lugar no onze leonino que conheceu 5 defesas centrais até à sua chegada.
DE: Rafa Soares (Académica) - As fantásticas exibições na equipa B dos Dragões levou ao jovem lateral encursar na equipa dos estudantes. O fado cantado por Rafa foi um pouco diferente do resto da equipa, o jovem dragão rubricou uma série de boas exibições nesta segunda volta, no entanto incapaz de impedir a descida da sua turma. Num ano que se avizinha de aposta na cantera azul e branca, Rafa será certamente um merecedor dum lugar na pré-temporada.
MDF: João Palhinha (Moreirense) - Com uma época no Sporting B em que quase nunca jogou com regularidade (mais de 2 jogos seguidos). Teve uma oportunidade na Primeira Liga onde Miguel Leal soube moldar o trinco com algumas semelhanças ao estilo de Matic. Após toda uma época inconstante na Segunda Liga, João foi uma das peças fundamentais no Xadrez de Moreira de Cónegos, tendo apenas falhado 4 jogos em toda a época! Na próxima temporada tem lugar garantido na pré-temporada leonina e será certamente uma das maiores curiosidades para os adeptos mais curiosos.
MC: Renato Sanches (Benfica) - A revelação! Começou a temporada na equipa B onde foi desde o início o grande destaque da equipa mais jovem de sempre do Benfica B (onze juniores). “Bulo” fez 10 jogos pela equipa B, apontou 3 golos. A sua progressão na equipa principal foi meteórica, primeiro teve um “prémio” em Tondela (4-0) jogou os 15 minutos finais. A grande estreia e surpresa foi perante o Astana para a Liga dos Campeões, a equipa de Rui Vitória encontrava-se em 4º lugar a 7 pontos do primeiro lugar e afastada da Taça de Portugal após uma derrota com os Leões (terceira da época após supertaça e os 3-0 na Luz). Foi como um grito para dentro do balneário de que as coisas tinham que mudar. A aposta num miúdo ainda júnior, num jogo importantíssimo, para a única prova em que os Benfiquistas se encontravam bem. A sua exibição foi de encher o olho, tendo sido merecedor de nova chamada à turma para o exame da pedreira. Uma derrota em Braga levava o Benfica a ver o primeiro lugar a 10 pontos! Renato jogou, cumpriu e frente à Académica marcou um golo que levantou o estádio da Luz. Desde então foi uma peça-chave neste novo Benfica sendo o Box-to-Box que acabava cada partida a fazer “piscinas”. A sua evolução tremenda levou a que terminasse a época como uma das estrelas do plantel encarnado tendo sido vendido por 35M€ com apenas 18 anos. Se estas pilhas estão cada vez mais ligadas com 48 jogos disputados esta época, será interessante acompanhar o sonho do jovem da Musgueira no meio dos tubarões de Munique no início da próxima época.
MO: Otávio (Vit. Guimarães) - O génio do berço! Otávio justificou o investimento dos azuis e brancos (2.5M€ por 33% do passe) tendo sido o maestro do castelo nesta temporada. Com a chegada de Sérgio Conceição, Otávio provou ser um dotado quando lhe dão liberdade criativa, possuidor de um drible muito rápido e de uma qualidade de passe acima da média, na batalha do Minho o brasileiro abriu o livro e fabricou 2 excelentes assistências que levaram selo de golo para a “remontada” na Pedreira, o seu golo de penalti foi a cereja no topo do bolo após uma excelente jogada individual onde “ganhou” o castigo máximo. Na próxima época merece uma oportunidade na equipa do Porto que desde Óliver que não tem um criativo na equipa.
ED: Iuri Medeiros (Moreirense) - Um grande ano no Arouca levou Iuri a fazer parte da pré-temporada de Jorge Jesus, no entanto este não ficou convencido com o extremo e decidiu emprestar para poder “rodar”. Em Moreira de Cónegos, o jovem leão mostrou ter uma enorme vontade de triunfar assumindo-se como um dos jogadores mais importantes da equipa de Miguel Leal. Jogou 29 jogos e apontou 8 golos (incluindo Benfica e Porto). A sua qualidade tem sido confirmada nos sub-21 resta saber se será suficiente para convencer Jorge Jesus a apostar no miúdo que está cada vez mais graúdo na próxima época! Caso contrário Iuri terá de dar o salto para uma equipa com objetivos europeus de forma a potenciar o seu futebol.
EE: Diogo Jota (Paços de Ferreira) -
O melhor jovem da I Liga em 2015-16.
PL: Léo Bonatini (Estoril) - É raro um brasileiro chegar e afirmar-se na Europa no primeiro ano. Bonatini não foi excepção e na época passada chegou em Janeiro e apontou apenas 4 golos em 16 jogos. Esta época foi o seu ano de afirmação! Numa época mediana do Estoril, o canarinho apontou 17 golos no campeonato num total de 40 golos de toda a equipa. Será interessante ver este jovem valor noutro clube que tenha outro tipo de objetivos!
Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): André Mendes
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