Primeiro balanço da utilização de portugueses na Liga ZON-Sagres 2012-13: jogadores nacionais jogam mais minutos, mas utilização no Nacional, Marítimo e Sporting não chega aos 30%, no FC Porto não chega aos 20% e no Benfica não passa dos 2.3%

Depois de termos analisado o número de jogadores portugueses que compõem cada plantel da Liga ZON-Sagres (ver aqui), importa saber quantos minutos são dados aos jogadores nacionais. Mais do que ter um plantel com muitos portugueses, será importante verificar se esses mesmos jogadores estão a ter minutos de utilização nos seus clubes. Contudo, se compararmos o número de portugueses inscritos na Liga (43% do total de jogadores), com os minutos de utilização (38%), podemos observar uma descida na percentagem. Em contrapartida, a utilização de jogadores brasileiros sobe de 30 para 33% e os argentinos de 3 para 4%.

Percentagem de minutos dos portugueses, por equipa (% da 1ª ou 2ª maior força):
Paços de Ferreira – 59.7% (14.7% Brasil)
Beira-Mar – 57.1% (14.3% Guadalupe)
Olhanense – 55.3% (18.3% Brasil)
Académica – 54.6% (30.9% Brasil)
Vit. Setúbal – 54.3% (27.3% Brasil)
Moreirense – 52.7% (36.7% Brasil)
Sp. Braga – 46.3% (47.2% Brasil)
Gil Vicente – 45.6% (51.9% Brasil)
Estoril – 41.9% (43.0% Brasil)
Vit. Guimarães – 32.7% (31.3% Brasil)
Rio Ave – 31.0% (56.8% Brasil)
Nacional – 27.6% (37.7% Brasil)
Marítimo – 25.1% (43.1% Brasil)
Sporting – 24.7% (23.7% Argentina)
FC Porto – 16.0% (41.6% Brasil)
Benfica – 2.3% (26.7% Argentina)

Destaque positivo para Paços de Ferreira, Beira-Mar, Olhanense, Académica, Vit. Setúbal, Moreirense, com utilização de portugueses acima dos 50%, enquanto o Estoril, com o mesmo número de portugueses e estrangeiros, fica apenas nos 42% de utilização de portugueses (Moreirense e Académica têm mais estrangeiros, mas utilizam mais portugueses). Sp. Braga e Gil Vicente também dão mais minutos a jogadores portugueses, tendo em conta a % que têm nos plantéis (41.7 para 46.3 nos arsenalistas e 34.5 para 45.6 nos gilistas), enquanto no Vit. Guimarães, Rio Ave e Nacional ocorre o contrário (47.6 para 32.7 nos minhotos, 44.4 para 31.0 nos vilacondenses e 40.0 para 27.6 nos insulares). Marítimo, Sporting, FC Porto e Benfica, apresentam poucos portugueses nos plantéis e têm índices de utilização muito baixos. Os madeirenses têm 30% de portugueses, que apenas jogam 25% do tempo, os leões apresentam números semelhantes (26.1 para 24.7), os dragões descem de 25% para 16% de utilização de portugueses, enquanto no Benfica, os 18% de portugueses no plantel, apenas foram utilizados em 2.3% do tempo de jogo.

Como se explica tão pouca utilização de portugueses? Nacional, Marítimo, Sporting, FC Porto e, especialmente, Benfica não deveriam dar mais oportunidades a jogadores nacionais? Poderão as equipas B mudar este paradigma?

PS – Brito (Gil Vicente) e Ricardo (Paços de Ferreira) representam Cabo Verde, contudo, contam como portugueses (nasceram e sempre viveram em Portugal). 

PS2 - Esta análise baseia-se nas partidas disputadas até à 5ª jornada do campeonato.

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