O regresso de uma potência do passado

Quando o futebol se consolidou como fenómeno de escala mundial, ganhando dimensão mediática e social ímpares, a Hungria surgiu como uma das primeiras selecções a dominar o panorama futebolístico. Na primeira metade dos anos 50, os Magiares apresentavam uma equipa impressionante, onde pontificavam talentos como Puskas, Czibor ou Kocsis, a qual venceu os Jogos Olímpicos de Helsínquia'1952 e arrasou todos os rivais que lhe foram aparecendo até à final do Mundial'1954 onde, depois de terem vencido a Alemanha Ocidental na 1ª fase por 8-3, foram derrotados pelos Germânicos por 3-2 (nos dias de hoje ainda se especula sobre a possibilidade dos alemães terem recorrido a substâncias proibidas nesse desafio). Mas logo a seguir, em 1956, veio a Revolução Húngara e a maior parte das estrelas acabou por se exilar, entrando o futebol do país numa longa e profunda depressão. Com efeito, a última vez que a Hungria esteve num Europeu foi em 1972, estando igualmente afastada de Mundiais desde 1986. Desta feita, os Magiares aproveitaram-se do alargamento do principal torneio de selecções da UEFA para, após terem ficado em 3º no grupo F de apuramento, atrás da Roménia e da Irlanda do Norte, qualificarem-se para o playoff, no qual bateram a Noruega e garantiram o bilhete para o Euro'2016. Integrada no Grupo F, com Portugal, Áustria e Islândia, a equipa orientada pelo alemão Bernd Storck pode continuar a sonhar, já que é, por exemplo, uma vitória e um empate poderão garantir a passagem para os quartos como um dos melhores terceiros classificados.

Estrela - Balázs Dzsudzsák (extremo, Bursaspor, 29 anos): Não realizou uma época excepcional na Turquia mas na selecção é o ala e mais 10. Pelo que acelera, desequilibra, qualidade que empresta ao jogo, é um elemento que está claramente acima dos demais, e que em muitas casos, como aconteceu no playoff, praticamente resolve as partidas sozinho. Dzsudzsák não teve a carreira que se perspectivava, principalmente depois de ter brilhado no PSV, mas pode ser um dos outsiders neste Europeu.

XI Base - Kiraly; Fiola, Guzmics, Lang, Kadar; Gera, Nagy; Dzsudzsak, Kleinheisler, Nemeth; Szalai

Jogadores chave Gábor Király (guarda-redes, Haladás, 40 anos): Já não é o mesmo que defendeu a baliza do Hertha durante 7 anos, mas demonstrou no playoff que ainda consegue ser importante e vai pelo menos ter o mérito de entrar na história ao ganhar o rótulo de jogador mais velho a competir num Europeu; Zoltán Gera (Médio Ofensivo, Ferencváros, 37 anos): Apesar da veterania, é claramente um dos jogadores mais dotados deste elenco e já com muita experiência acumulada na Premier League, onde representou o West Bromwich e o Fulham. Pode já não estar no máximo das suas capacidades físicas, mas será um elemento importante quando a equipa quiser ter bola, emprestando a sua técnica, não esquecendo também que já leva 24 golos ao serviço da sua selecção. Ádám Szalai (Avançado, Hoffenheim, 28 anos): É o avançado referência do conjunto de Bernd Storck. Já chegou a brilhar ao serviço do Schälke 04 e do Mainz (onde apontou 15 golos em 2012/13), tendo ainda uma passagem pela segunda equipa do Real Madrid. Vem de uma época pobre, não marcou no Hoffenheim e Hannover, mas passa por ele a esperança dos húngaros em marcar neste Europeu.

Jovem a seguir - Adam Nagy (médio, Ferencváros, 20 anos): É o benjamim deste elenco mas já ganhou o seu espaço no meio campo. Um médio defensivo trabalhador, com uma boa capacidade de antecipação e que não inibe no momento de lançar o ataque. Curiosamente há 2 anos um outro médio do Ferencváros mostrou-se ao Mundo numa grande competição, o bósnio Besic. Veremos se Nagy imita o actual jogador do Everton e também aproveita esta montra para "dar o salto".

Prognóstico - Fase de grupos

Convocatória - Guarda-redes: Gábor Király (Haladás), Dénes Dibusz (Ferencváros), Péter Gulácsi (Leipzig); Defesas: Attila Fiola (Puskás Akadémia), Barnabás Bese (MTK Budapeste), Richárd Guzmics (Wisla Kraków), Roland Juhász (Videoton), Ádám Lang (Videoton), Tamás Kádár (Lech Poznań), Mihály Korhut (Debrecen); Médios: Ákos Elek (Diósgyőri), Ádám Pintér (Ferencváros), Zoltán Gera (Ferencváros), Ádám Nagy (Ferencváros), László Kleinheisler (Werder Bremen), Gergő Lovrencsics (Lech Poznań), Zoltán Stieber (Nuremberga); Avançados: Balázs Dzsudzsák (Bursaspor), Ádám Szalai (Hannover), Krisztián Németh (al-Gharafa), Nemanja Nikolic (Legia Varsóvia), Tamás Priskin (Slovan Bratislava), Dániel Böde (Ferencváros).

PS - Com o Euro'2016 quase a começar, a UEFA também criou um Fantasy em tudo semelhante ao das provas de clubes (este até parece estar mais funcional). Para se inscreverem na nossa Liga terão que fazer o registo no site da UEFA e depois criarem a vossa equipa (aqui). Após terem montado o plantel, clicam no separador "Leagues", e introduzem o código no 64264PZB no "Join a League".

Grupo A:
Roménia
Albânia
Suíça
França
Grupo B:
País de Gales
Rússia
Eslováquia
Inglaterra
Grupo C
Alemanha
Ucrânia
Polónia
Irlanda do Norte
Grupo D
Espanha
República Checa
Turquia
Croácia
Grupo E
Bélgica
República da Irlanda
Suécia
Itália
Grupo F
Portugal
Islândia
Hungria
Áustria

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