Sporting é campeão de Juvenis; Daniel Bragança foi o MVP da época

Chegou ao fim mais uma edição do campeonato nacional de Juvenis e o vencedor, após 8 anos de jejum neste escalão, foi o Sporting, que segurou o 1.º lugar na fase de apuramento de campeão ao bater o Sp. Braga na 6.ª jornada por 3-0 (golos de Elves Baldé, Rafael Leão e Nuno Moreira).

Num campeonato manifestamente pautado pelo equilíbrio, corolário dos quatro empates e uma vitória para cada lado nos 6 duelos entre os rivais de Lisboa, a equipa de João Couto mostrou-se a grande nível na 2.ª volta da fase final e acaba por conquistar um título que premeia a regularidade e as vitórias nas duas primeiras fases do campeonato. Tudo isto numa geração que indicia ter mais qualidade que as suas antecessoras, principalmente no sector do meio-campo, juntando-lhe ainda alguns jogadores de 1.º ano que apareceram na fase final para dar um importante contributo à equipa. São eles Bavikson Biai (médio defensivo) e Tiago Djaló (uma das revelações, central com bom perfil técnico e grandes atributos físicos), para além dos mais velhos João Oliveira, Daniel Bragança, Miguel Luís ou Nuno Moreira. É, também, inevitável falar do título sem mencionar Elves Baldé e Rafael Leão, jogadores de cariz ofensivo que embora tenham andado longe da equipa durante boa parte da época, apareceram na derradeira fase para resolver jogos com a sua velocidade e irreverência. Por fim, destaque para mais alguns sub-16 que se sagraram campeões, ainda que sem um papel decisivo, como Diogo Brás e Tiago Rodrigues, campeonato que também se deve a Luís Maximiano, guarda-redes que baixou dos Júniores (seguindo o mesmo movimento de Pedro Silva dos B para os sub-19) para disputar a fase final.

Do outro lado, o Benfica, campeão em 2014/2015, chegou a ter o título na mão depois de uma primeira volta de grande nível, mas deslizes em Braga e em casa com o Sporting foram fatais para as aspirações da equipa de Renato Paiva. O descontrolo emocional e algumas ausências (João Filipe não fez nenhum minuto) não ajudaram a atingir o objectivo de revalidar o título, sendo que a aparição do goleador José Gomes (a meio gás, jogando apenas alguns jogos) não foi suficiente para atirar a equipa para outro patamar. Quem aproveitou as ausências para, durante a época, se afirmar e ganhar estatuto neste escalão foram nomes como João Félix, Diogo Pinto, Nuno Santos e, na fase final, o sub-15 Umaro Embalo. Outro ponto positivo da temporada prendeu-se com a titularidade de um quinteto defensivo quase todo ele um escalão abaixo, composto por Pedro Álvaro, Koné (alternando com Frimpong), Luís Pinheiro, Tiago Silva e Jorge Silva (o único Juvenil A) que será certamente a base defensiva da selecção nacional sub-17 na época que se avizinha. Para além destes, menção para os campeões da europa Gedson, Florentino, Mesaque e o não convocado Filipe Soares que assumiu o papel de principal figura da equipa durante toda a temporada.

Por fim, mais a norte, a época do Porto acaba por ficar abaixo do esperado para uma geração que deu, quase na totalidade, o sector defensivo dos campeões da europa sub-17. Os dragões competiram dois terços da época sem serem testados frente aos rivais de Lisboa e, logicamente, sem conhecerem a dimensão competitiva da equipa. As duas fases iniciais foram um “passeio”, sendo os seus principais opositores o Braga e a sua própria equipa sub-16, emprestada no satélite Padroense. Ainda assim, fica a sensação que o conjunto de Bino peca pela ausência de desequilibradores e qualidade individual no último terço, algo que poderia ser colmatado por uma maior utilização de Afonso Sousa. Os grandes destaques individuais de 2015/2016 vão para Diogo Leite, João Lameira (ambos campeões da Europa) e Romário Baró. Já o Braga teve o mérito de ir à fase final e conseguir roubar pontos aos grandes, muito devido a individualidades como Trincão (já sob contrato profissional), Rodrigo Lima e Reko.

Pela irregularidade, lesões, mas principalmente pela alternância de escalões de alguns jogadores, torna-se difícil eleger o melhor 11 da temporada. Ainda assim, em 4-4-2: Luís Maximiano (Sporting), João Oliveira (Sporting), Pedro Álvaro (Benfica), Diogo Leite (Porto) e Thierry Correia (Sporting); Florentino Luís (Benfica), Daniel Bragança (Sporting), Romário Baró (Porto) e Filipe Soares (Benfica); João Félix (Benfica) e Elves Baldé (Sporting).

MVP: Daniel Bragança, capitão do Sporting, no cômputo das 3 fases que compõem a temporada merece a distinção de melhor jogador, apesar da concorrência de nomes como Miguel Luís, Florentino, Diogo Leite ou Filipe Soares. O médio assumiu um papel decisivo na fase final, com golos, qualidade no passe curto e acima de tudo muito critério e classe na decisão. O jovem, que curiosamente começou a sua formação a lateral esquerdo, peca um pouco nas dificuldades que tem na locomoção, algo que pode ser escondido num modelo de jogo que o beneficie. Será júnior de 1.º ano na próxima temporada e é, sem dúvida, um talento a acompanhar.

VM Scouting: João Magalhães

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