Um relógio de precisão

A Suiça tem sido uma presença constante em fases finais de grandes provas de Selecções desde o Euro 2004 em Portugal. Desde essa prova, apenas falhou uma competição, curiosamente o Europeu anterior, depois de ter ficado em terceiro lugar no seu grupo, imediatamente atrás da Inglaterra e de Montenegro. Os helvéticos voltaram a encontrar a Selecção Inglesa no seu grupo de qualificação para o Euro 2016, mas desta feita o relógio voltou à precisão habitual, e os suíços garantiram o segundo lugar do grupo com relativa facilidade, logo atrás da Inglaterra que fez uma qualificação perfeita. Ao leme da Selecção Suiça está o bósnio naturalizado suíço Vladimir Petkovic, anterior técnico da Lazio, onde chegou de forma surpreendente, e também de forma surpreendente realizou em Roma duas temporadas de excelente nível, o que lhe valeram o passaporte para o comando técnico da Selecção. Inseridos no Grupo A com a companhia da organizadora França, dos estreantes da Albânia e da regressada às grandes provas Roménia, os suíços partem claramente como favoritos a uma passagem aos oitavos de final a par dos franceses. Esse segundo lugar que cruza com o igualmente 2.º lugar do Grupo C (Alemanha, Polónia, Ucrânia, Irlanda do Norte), abre boas possibilidades para que a máquina de precisão suíça possa chegar a uma fase mais adiantada da prova. No entanto nem tudo é um mar de rosas, Drmic, na teoria o avançado titular, está lesionado e vai falhar a competição. Já Gökhan Inler, Fabian Lustenberger, Timm Klose e Valentin Stocker vão falhar o Euro por opção.

A estrela - Xherdan Shaqiri: De longe o jogador mais agitador deste conjunto. O seu pé esquerdo imprevisível, aliado à velocidade que imprime ao jogo no último terço, fazem do antigo jogador do Bayern  um oásis técnico numa Selecção iminentemente táctica e cujo jogo colectivo é a sua principal força. Actualmente ao serviço do Stoke City, o jogador suiço de origem albanesa (que curiosamente irá defrontar), voltou a ser decisivo e reencontrou a alegria no seu jogo, numa equipa cujo estilo assenta que nem uma luva nas suas características, formando com Marko Arnautovic uma frente de ataque de respeito.

11 tipo - Sommer; Lichtsteiner, Djourou, Schar, Ricardo Rodriguez; Dzemaili, Behrami, Xhaka; Shaquiri, Seferovic, Mehmedi;

Jogadores Chave - Ricardo Rodriguez (defesa esquerdo, Wolfsburg, 23 anos): Já não é uma surpresa, nem uma revelação. Rodriguez já faz parte do lote de melhores defesas esquerdos da actualidade, e o seu nome é associado com regularidade ao maiores clubes mundiais. Fortíssimo a defender, forte no jogo aéreo, o lateral suíço é também conhecido pela precisão dos seus cruzamentos e pela competência nas bolas paradas. Stephan Lichtsteiner (defesa direito, Juventus, 32 anos): Em paralelo com o seu colega de flanco (a Suíça apresenta porventura a dupla de laterais mais forte da prova), Lichtsteiner é também indiscutivelmente um dos melhores laterais direitos do Mundo. Indispensável na Juventus, a locomotiva suíça como é conhecido, é mais um daqueles laterais fortíssimos a defender quer a ala quer o espaço interior, mas muito forte na saída para o ataque. Granit Xhaka (médio, que ingressou no Arsenal a troco de 43 ME):. Um dos nomes a seguir com mais atenção na prova, sendo também um dos médios centro mais cobiçados da actualidade. O “novo Schweinsteiger” como foi apelidado por Ottmar Hitzfeld, é um médio muitíssimo completo, forte na recuperação, rotativo, com boa técnica e com boa chegada à área, mas acima de tudo é um líder nato, recebendo esta época a braçadeira de capitão no seu clube, e sendo igualmente a voz de comando do experiente meio campo de combate suíço.

Jovem a seguir: Breel Embolo (avançado, Basel, 19 anos). O jovem Embolo poderá ser inclusive uma das surpresas da prova, funcionando para a Suiça um pouco como Origi funcionou para a Bélgica no recente Mundial. Recém chegado à Selecção principal, o talentoso avançado do Basel poderá usufruir da ausência de Drmic e da inconsistência dos jogadores ofensivos da Suiça (Petkovic roda bastante Seferovic e Mehmedi mas nenhum desses jogadores é indiscutível), para se firmar na equipa titular. Já com 1 golo apontado em 5 partidas pela Selecção, o jovem nascido nos Camarões tem a vantagem de poder com igual produtividade num dos flancos do ataque, aproveitando a sua explosividade e movimentos interiores para finalizar.

Prognóstico VM - Quartos-de-final

Pré-convocatória: Guarda-redes: Roman Bürki (Borussia Dortmund), Marwin Hitz (Augbsurgo), Yvon Mvogo (Young Boys Berne) e Yann Sommer (Mönchengladbach); Defesas: Johan Djourou (Hamburgo), Nico Elvedi (Mönchengladbach), Michael Lang (Basileia), Stephan Lichtsteiner (Juventus), Jean-François Moubandje (Toulouse), Ricardo Rodriguez (Wolfsburgo), Fabian Schär (Hoffenheim), Philippe Senderos (Grasshopper), Stev Von Bergen (Young Boys Berne) e Silvan Widmer (Udinese); Médios: Valon Behrami (Watford), Blerim Dzemaili (Genova), Gelson Fernandes (Rennes), Fabian Frei (Mainz), Xherdan Shaqiri (Stoke City), Renato Steffen (Basileia), Granit Xhaka (Mönchengladbach), Denis Zakaria (Young Boys Berne) e Luca Zuffi (Basileia); Avançados: Eren Derdiyok (Kasimpasa), Haris Seferovic (Eintracht Frankfurt), Shani Tarashaj (Grassopper), Breel Embolo (Basileia) e Admir Mehmedi (Leverkusen).

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): Flávio Trindade

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