Tentar recuperar a grandeza do passado antes do Mundial

Desde a extinção da União Soviética, a sua sucessora "natural", a Rússia, tem estado muito longe das prestações obtidas no passado. Com efeito, a URSS obteve  frequentemente resultados de relevo nas grandes competições do futebol mundial, como a vitória no Euro'1960, os segundos lugares nos Europeus de 1964, 1972 e 1988 ou os quartos lugares no Mundial'1966 e no Euro'1968. No entanto, a Rússia, competindo "sozinha", tem ficado quase sempre aquém destes resultados: em duas décadas, as meias-finais atingidas no Euro'2008 são uma miragem entre eliminações na fase de grupos (nos campeonatos da Europa de 1996, 2004 ou 2012 e nos Mundiais de 1994, 2002 ou 2014) ou até ausências dos grandes certames. Assim, este Europeu é uma nova chance para que os russos brilhem a alto nível num cenário de máxima exigência. Depois da má passagem de Capello pelo banco da seleção, foi já na parte final da qualificação para o Europeu que o italiano foi substituído por Leonid Slutsky, que passou a acumular funções de selecionador nacional e treinador do CSKA, o qual confirmou a presença em França. Inserida no grupo B, com Inglaterra, País de Gales e Eslováquia, tudo o que não seja passar o grupo significará novo fracasso para a Rúsvsia. E, tendo em conta que uma eventual passagem em segundo lugar significa encontra nos oitavos o segundo classificado do grupo F (com Portugal, Islândia, Hungria e Austria), podemos afirmar que os homens de Slutsky reúnem boas condições para chegarem a uma fase relativamente adiantada da prova. Com um elenco esmagadoramente composto por jogadores que actuam na liga local (com a importante baixa de Cheryshev, só Kerzhakov, actualmente no Zurique, deverá ser chamado alinhando no estrangeiro), a Rússia olha também para esta fase final como um importante "teste" antes do Mundial'2018, que decorrerá em solo russo e no qual, naturalmente, a ideia será fazer uma boa campanha. 

A estrela - Aleksander Kokorin: É o 3.º jogador mais bem pago na Rússia, e numa liga com vários emblemas com bastante dinheiro este dado ilustra bem a sua qualidade. Um excelente avançado, com boa técnica, percepção do espaço e golo (mesmo não sendo um ponta-de-lança tem bons registos). Depois de ter sido figura no Dínamo de Moscovo, juntou-se em Janeiro ao Zenit de Villas-Boas e a seleção pode beneficiar do seu entrosamento com Dzyuba e Shatov na frente (3 companheiros em São Petersburgo) para criar problemas defensivos aos adversários.

11 tipo - GR: Akinfeev DD: Smolnikov DC: Ignashevich DC: Berezutski DE: Kombarov MC: Denisov MC: Dzagoev MO: Shirokov ED: Kokorin EE: Shatov PL: Dzyuba

Jogadores Chave - Oleg Shatov (Extremo, Zenit, 25 anos): Um dos jogadores com mais capacidade de desequilíbrio no actual panorama do futebol russo. Extremo de boa técnica e drible, este ano está a aumentar as suas cifras goleadoras, somando já 10 golos entre campeonato e Liga dos Campeões, o que representa cerca do dobro daquilo que vinha produzindo nos anos transactos; Igor Denisov (Médio, Dínamo de Moscovo, 31 anos) -Um dos mais experientes e laureados jogadores deste elenco. Com mais de uma década de futebol russo (repartida entre Zenit, Anzhi e agora no Dínamo de Moscovo), já ganhou tudo no plano interno (3 ligas, 2 supertaças e 1 taça), tendo ainda vencido a Taça UEFA e a Supertaça europeia em 2008, percurso que foi sempre acompanhado pela presença na seleção, ao serviço da qual soma já 51 internacionalizações; Artem Dzyuba (Ponta-de-Lança, Zenit, 27 anos): Um autêntico "panzer". Muito alto (1,94 metros) e de grande envergadura, impõe muito bem o seu físico, seja para finalizar ou para servir de "pivôt". Leva já 22 golos esta época, tendo sido o goleador da seleção durante a qualificação, com 8 tentos em 8 jogos disputados.

Jovem a seguir - Aleksandr Golovin (médio, CSKA Moscovo, 19 anos): De entre os possíveis convocados de Slutsky, poucos são jovens, o que num futuro próximo pode trazer problemas à seleção. Assim, o nome de Golovin imerge como o mais promissor dos que devem ir ao Europeu. Ainda não é titular indiscutível nem no seu clube nem na equipa nacional, no entanto foi sempre opção no CSKA ao longo da temporada (jogou mesmo na Champions), e alinhou já em 3 dos últimos amigáveis, nos quais se destacou apontando 2 golos.

Prognóstico do VM - Quartos-de-Final

Outras antevisões:
Irlanda do Norte;
Polónia;

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