Quando poucos fazem muito

Com uma população de pouco mais de 300 mil pessoas e quase nenhuma expressão no panorama futebolístico internacional, a Islândia será a selecção mais "exótica" deste Euro'2016. O conjunto da "terra do fogo e do gelo" nunca se havia qualificado antes para qualquer grande certame internacional ao nível sénior, ainda que nos últimos anos se tenha verificado um claro crescimento do futebol do país. Com efeito, já na qualificação rumo ao Brasil'2014 a Islândia havia conseguido ficar em segundo no grupo E (à frente de equipas com muito mais história como a Noruega ou a Eslovénia) e atingir o playoff, fase em que foi derrotada pela Croácia. Desta forma, havia boas expectativas para a fase de qualificação para o torneio do próximo Verão, no entanto os mais cépticos poderiam considerar que um grupo com Holanda (que tinha acabado de ficar em terceiro no Mundial), e com Turquia e República Checa (que na última década e meia chegaram a fases adiantadas de grandes competições) seria um osso demasiado duro de roer. Mas nada mais errado, já que os comandados da dupla técnica Lars Lagerback e Heimir Hallgrímsson tiveram um excelente desempenho, terminando em segundo, à frente de turcos e holandeses. Integrada no grupo F, com Portugal, Aústria e Hungria, a equipa não terá como objectivos altos voos (nem ninguém lhe exigirá isso), sendo o mais provável uma saída de prova logo na primeira fase. No entanto, não só os seus adversários estão longe de serem tubarões, como ainda a  Islândia já provou ser capaz do mais improvável, pelo que os Strákarnir okkar ("os nossos rapazes") não rejeitarão, certamente, prolongar o seu sonho.

Estrela da Islândia -  Gylfi Þór Sigurðsson: Desde Eidur Gudjohnsen (que, aos 37 anos e jogando no Molde da Noruega, estará presente no Europeu) que nenhum jogador islandês estava com tanta regularidade a competir a um alto nível. O médio do Swansea leva já vários temporadas a jogar na Premier League (tem cerca de 150 encontros disputados na competição), repartidas entre o conjunto do País de Gales e o Tottenham, bem com uma experiência na Bundesliga ao serviço do Hoffenheim, dados que, aliados à sua qualidade como elemento de boa chegada à área, tornam-no no melhor jogador deste conjunto.

11 base - Halldórsson; Skúlason, R Sigurdsson, Árnason, Sævarsson;  Bjarnason, G Sigurdsson, Gunnarsson, Gudmundsson; Bödvarsson, Sigthórsson.

Jogadores - Kolbeinn Sigthórsson (Avançado, Nantes, 26 anos): Despontou com 20 anos no AZ Alkmaar, marcando 18 golos, cifra que lhe valeu a transferência para o Ajax, clube no qual permaneceu 4 épocas mas sem um grande rendimento. Este ano, rumou a França, onde também está longe de encantar (somente 4 tentos apontados). No entanto, pela selecção apresenta sempre um belo nível, sendo já o segundo melhor marcador da História, com 19 golos; Birkir Bjarnason (Médio-ala, Basileia, 27 anos): Facilmente reconhecível pelo seu visual muito "viking", possui alguma experiência internacional, fruto das passagens pela Bégica (Standard de Liège), Itália (Pescara e Sampdoria) e agora pela Suíça, bem como pelos seus quase 50 jogos pela seleção. Oferece muito dinamismo pela ala, tendo sido dos jogadores mais importantes na qualificação; Jóhann Guðmundsson (Médio-ala, 25 anos, Charlton): Estreou-se na seleção antes de completar 18 anos, e desta aí é opção regular na equipa nacional. Depois de vários anos no AZ Alkmaar, onde chegou a defrontar o Benfica de JJ nos quartos-de-final da Liga Europa, está desde 2014 no Championship, onde tem competido de forma regular numa liga muito exigente.

Jovem a seguir  - Jón Daði Böðvarsson (Avançado, Kaiserslautern, 23 anos): Destacou-se na Islândia com 19 anos, ao serviço do UMF Selfoss, tendo daí dado o salto para a Dinamarca (para o Viking) e agora para a Alemanha, onde milita na 2.Bundesliga. Não foi muito utilizado na sua época de estreia em terras germânicas (15 jogos, 2 golos), mas pela seleção fez 9 jogos na qualificação e é dos poucos jovens neste elenco. 

Prognóstico VM - Fase de grupos

Convocatória - Guarda-redes: Hannes Halldórsson (Bodø/Glimt), Ögmundur Kristinsson (Hammarby), Ingvar Jónsson (Sandefjord); Defesas: Ari Skúlason (OB), Hordur Magnússon (Cesena), Hjörtur Hermannsson (PSV Eindhoven), Ragnar Sigurdsson (Krasnodar), Kári Árnason (Malmö), Sverrir Ingi Ingason (Lokeren), Birkir Sævarsson (Hammarby), Haukur Heidar Hauksson (AIK); Médios:  Emil Hallfredsson (Udinese), Gylfi Sigurdsson (Swansea), Aron Gunnarsson (Cardiff), Theódór Elmar Bjarnason (AGF), Arnór Ingvi Traustason (Norrköping), Birkir Bjarnason (Basel), Johann Gudmundsson (Charlton), Eidur Gudjohnsen (Molde), Rúnar Már Sigurjónsson (Sundsvall); Avançados: Kolbeinn Sigthórsson (Nantes), Alfred Finnbogason (Augsburg), Jón Dadi Bödvarsson (Kaiserslautern).

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