Os 5 maiores “comebacks” de 2015/16 em Portugal

Há chamas inapeláveis. Há futebolistas com a capacidade de manter a alta militância ao longo de várias temporadas. No entanto, e como a medalha apresenta duas faces, há igualmente 'curtos-circuitos' em forma de jogador. Nesse sentido, o VM apresenta 5 jogadores que renasceram das cinzas e foram importantes nas campanhas dos respetivos clubes na temporada 2015/2016. 

Bruno César – Se os tempos mudaram, houve vontades que ainda tinham uma palavra a dizer. O carioca começou a época de amarelo e, apesar de não ter virado a página do campeonato de forma retumbante, acabou-a de verde. Os métodos já eram conhecidos, a fidelidade com Jesus não desvaneceu e Bruno até acabou a época como titular da lateral esquerda. Espadaúdo, provocou coimas ao esférico por excesso de velocidade e mostrou que foi uma das mais-valias do mercado de inverno. O sinal está verde. Pode avançar, Sr. Bruno. 

Fejsa – Não raras vezes o futebol se consubstancia por adágios. Ao sérvio, natural de terra pronunciável a conta-gotas (Hadjuk Kula), podia apontar-se o seguinte: os gatos têm sete vidas, e Ljubomir Fejsa - voltemos ao gotímetro - nove ‘medalhas de ouro’ ininterruptas. São três tricampeonatos do sérvio, distribuídos por Partizan, Olympiacos e Benfica. Etiquetado de «máquina de combate» por Subotic, o médio defensivo funcionou autenticamente como pêndulo na temporada gloriosa dos encarnados e, à terceira tentativa, o rolex galgou a compasso não antes visto em solo luso. Penteado da moda, uma granada em mais uma lesão de 2 meses e um final de época digno de registo. Sereno, sonegou um sem número de bolas, repatriando o papel anteriormente desempenhado por Samaris. Fejsa é fortíssimo no choque, tem qualidade com bola e é claramente um upgrade à manobra da equipa – deixe-se o singular, às manobras (ofensiva e defensiva). Vitória corrobora.

Otávio – Manto da invisibilidade – Varinha de condão – Regresso à casa-mãe. Eis o trilho alinhavado pelo brasileiro em 2015/2016. Compaginado com Sérgio Conceição, o criativo só começou a funcionar como ás de trunfo dos vimaranenses ao cabo de algumas jornadas. O toque de bola é daqueles que inebria o espetador e a capacidade de aparecer na faixa é uma consequência da boa mobilidade. ‘É a pronúncia do Norte’? A partida em Braga terá despertado a atenção dos observadores portistas e, a partir daí o canarinho terá ganho créditos que outrora não tinha. A pré-época de azul ao peito é uma realidade praticamente consumada, e a capacidade para ganhar um lugar na equipa - que por si pagou 2.5 milhões de euros – está umbilicalmente ligada ao rendimento na fase suprarreferida. Na bagagem para a Invicta, o médio leva 27 jogos e 6 golos.

Hélder Postiga - Regressado ao futebol português em janeiro, o trintão ainda foi a tempo de rubricar uma segunda volta de bom nível (5 golos em 10 jogos no campeonato), o que levou algumas vozes a reclamar a sua chamada ao Europeu. Sangue frio, remate de meia distância e capacidade para aparecer na zona de decisão foram algumas das armas usadas por Postiga no assalto às balizas contrárias. O "Panenka português", que já ultrapassou a barreira dos 500 jogos enquanto profissional, parece seguir como o vinho do Porto. 

Rúben Ribeiro – Erwin Sánchez requereu futebol positivo e Ruben Ribeiro foi um dos pilares a que melhor personificou o pedido, por via de critério na posse e qualidade técnica. Janeiro foi sinónimo de metamorfose na zona fulcral dos axadrezados, com a adição de um conterrâneo do técnico – Mário Martinez –, ao português, que driblou o Cluj e encontrou abrigo de primeira liga no Boavista. Apesar do ataque menos concretizador da Liga (somente duas dúzias de golos), o médio sacolejou, tornou-se um dos flirts da redondinha e, além da manutenção, contribuiu para a atratividade que muitos não julgavam possível. Se havia dúvidas, Ruben dissipou-as: jogador para o escalão principal.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): Renato Santarém

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