O melhor 11 de 2015-16 em Portugal

Tendo a temporada desportiva chegado ao fim, é hora de fazer um balanço sobre o rendimento dos vários elementos que pisaram os relvados portugueses em 2015-16. Foi um ano marcado pela grande luta entre Benfica e Sporting pelo título, acabando os encarnados por confirmarem o tricampeonato apenas na última jornada. Além da luta colectiva foi igualmente uma época rica em termos individuais, sendo que vários elementos podiam ter figurado na equipa ideal, mas como só é possível nomear 11 jogadores, destacamos aquele que foi o melhor XI para o Visão de Mercado em 2015-16:

Guarda-Redes: Rui Patrício (Sporting) - O guardião da defesa menos batida da Liga. Ao longo de 34 jornadas, Patrício sofreu 19 golos (menos dois do que o total da equipa) e encheu a baliza em grande parte dos encontros. Aos 28 anos, o titular da Selecção nacional atravessa o melhor período da sua carreira e é cada vez mais um símbolo dos leões. 

Lateral Direito: Maxi Pereira (FC Porto) - Trocou a Luz pelo Dragão no defeso e, apesar de ter terminado o ano em branco no que diz respeito a títulos, acabou por ser um dos poucos jogadores dos dragões a ter uma época positiva. Experiente, abnegado e capaz de oferecer uma grande profundidade pelo corredor direito, Maxi destacou-se ainda pelas 13 assistências na época. 

Central (Lado Direito): Lindelöf (Benfica) - Aproveitou as lesões de Luisão e Lisandro para aparecer no eixo defensivo das águias e não desperdiçou a oportunidade. Depois de um Euro sub-21 muito bem conseguido no Verão passado (onde foi o lateral direito da Suécia), o defesa de 21 anos ficou no plantel principal e soube esperar pelo momento certo para demonstrar a sua qualidade. Formou uma dupla muito sólida com Jardel, revelando características de central de equipa grande. 

Central (Lado Esquerdo): Jardel (Benfica) - O melhor central do ano. Aos 30 anos está na plenitude dos seus recursos e não surpreende o interesse da Lazio. Experiente, rápido, fortíssimo no jogo aéreo (5 golos), na marcação e no desarme, Jardel foi um dos esteios do campeão nacional e cumpriu perfeitamente o papel de líder do quarteto defensivo na ausência do capitão Luisão. 

Lateral Esquerdo: Eliseu (Benfica) - Tido como o patinho feio do 11 encarnado, Eliseu acabou por realizar uma temporada consistente, a sua melhor época em solo português. Estatisticamente não teve o peso de Layún (que no último terço da época diminuiu bastante o rendimento) ou Lucas Lima, mas foi muito regular e defensivamente esteve impecável em praticamente todas as partidas. 

Médio Defensivo: Danilo Pereira (FC Porto) - A melhor unidade dos azuis e brancos esta época. Foram muitos os dissabores e as mudanças nos dragões ao longo da temporada, mas se houve algum elemento que se pareceu abstrair disso tudo esse elemento foi Danilo. O médio encheu os relvados com a sua capacidade física, com o seu poder de recuperação de bola e a sua força nos duelos, acrescentando ainda 6 golos à sua conta pessoal.  Uma excelente contratação, sem dúvida.

Médio Centro: Adrien Silva (Sporting) - Mais à frente, ainda no miolo, o capitão da turma verde e branca. Ocupando a posição mais exigente no modelo de Jorge Jesus, Adrien realizou uma grande temporada e não surpreendeu a sua convocatória para a fase final do Europeu. A 6 ou a 8, o médio revelou uma disponibilidade física incrível, uma capacidade de transporte de bola até aqui desconhecida e melhorou muito a sua precisão de passe. Além disso, somou 9 golos e 7 assistências na época.

Médio Direito: João Mário (Sporting) - O menino prodígio de Alvalade. Tecnicamente dotado e muito inteligente, o médio foi adaptado com sucesso à direita do meio-campo e, aproveitando a liberdade que o modelo de jogo de Jorge Jesus proporciona aos alas, distribuiu classe pelos relvados lusos. Foi crucial nos desafios de maior exigência, realizando exibições fantásticas na Luz e no Dragão, sendo que, ao contrário da temporada anterior, revelou outra assertividade no remate e apontou 7 golos na época. Por outro lado, somou 12 assistências, acabando por ser um dos activos do futebol português mais cobiçados nesta altura. 

Médio Esquerdo: Diogo Jota (Paços de Ferreira) - A única presença "extra-grandes" do 11, principalmente por ter sido mais regular que Bryan Ruiz e Gaitán. Depois de ter sido lançado por Paulo Fonseca no ano passado, Jota explodiu definitivamente esta época e foi claramente uma das grandes atracções do futebol português. Forte tecnicamente, hábil, com uma grande capacidade de aceleração e de remate, o melhor jovem desta Liga somou 14 golos e 10 assistências, sendo o abono de família do conjunto de Jorge Simão. Estes números e exibições de alto gabarito, nomeadamente diante de Benfica, FC Porto e Sp. Braga, valeram-lhe uma transferência para o Atlético de Madrid a troco de 7 milhões de euros, ficando agora a dúvida sobre se poderá ter espaço no Calderón ou se acabará por ser cedido. 

Segundo Avançado: Jonas (Benfica) - O melhor jogador da época.

Ponta de Lança: Slimani (Sporting) - Temporada simplesmente fantástica do argelino. Tecnicamente está cada vez mais forte, dá muito trabalho aos opositores e na finalização os seus números dispararam para o dobro em relação ao ano transacto. 31 golos e 6 assistências são os dados de Slimani esta época, sendo que tem ainda o condão de marcar aos rivais directos. Jorge Jesus já disse que gostaria de manter o seu goleador, mas será muito complicado segurar o bombardeiro em face do assédio de clubes com elevado poder financeiro e de campeonatos mais fortes.

Rodrigo Ferreira

PS: Os leitores do Visão de Mercado optaram pelo seguinte 11: Rui Patrício (60,1%); Maxi Pereira (50,17%); Lindelöf (48,05%); Jardel (70,22%); Miguel Layún (73,31%); Danilo Pereira (50,81%); Adrien Silva (69,06%); João Mário (83,96%); Bryan Ruiz (38,25%); Jonas (86,29%); Slimani (76,94%).

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