Continuar a sonhar ao colo de um dos três melhores jogadores da Europa

Foram longos os anos da espera galesa! Desde 1958, data da única presença do País de Gales em fases finais (chegaram aos quartos-de-final do Mundial sueco), que os dragões não almejavam a presença num grande certame internacional. Foi com Chris Coleman ao comando da selecção e com Gareth Bale como principal referência que esta geração conseguiu o que a de Neville Southall, Ian Rush e Mark Hughes falharam nos anos 80 e Gary Speed, Ryan Giggs e Craig Bellamy nos anos 90 e inicio do novo milénio. O futebol do País de Gales sempre viveu na sombra do Rugby e apresenta uma liga de futebol demasiado rudimentar para lançar jovens jogadores para a ribalta. A grande maioria desta geração do futebol galês foi formada por clubes ingleses, tendo mesmo alguns jogadores nascidos em Inglaterra (A. Williams, P. Dummett, Andy King, Sam Vokes, S. Church ou Robson-Kanu, por exemplo). A qualificação para o Europeu não foi tão complicada como o grupo augurava, pois a Bósnia-Herzegovina não se apresentou na melhor forma e Israel pouco assustou. Os galeses entraram com o pé direito, com vitórias sobre Andorra e Chipre e empates perante a Bósnia e a Bélgica. Os jogos 5 e 6 revelaram-se os mais importantes desta caminhada, com uma vitória categórica em Israel (3-0) e outra na recepção à poderosa Bélgica (1-0). O mais complicado estava feito, seguindo-se depois uma vitória sofrida em Chipre (1-0) e um empate na recepção a Israel (0-0), que adiou por um mês a festa galesa. A derrota na Bósnia-Herzegovia foi a única da campanha e foi o resultado mais festejado, pois nesse momento o País de Gales estava apurado para o Euro 2016 (beneficiando da derrota de Israel frente ao Chipre). A arma ofensiva de nome Gareth Bale foi essencial para esta campanha (7 golos marcados dos 11 do País de Gales), mas os alicerces do sucesso galês também passaram pela coesão defensiva (apenas 4 golos sofridos nos 10 jogos de qualificação). Com esta evolução impressionante, o País de Gales passou mesmo do seu pior ranking FIFA de sempre (117º em Agosto de 2011) para o melhor de sempre (8º em Outubro de 2015). Inseridos no grupo B, juntamente com Inglaterra, Rússia e Eslováquia, Gareth Bale e companhia têm tudo para surpreender em França. A estreia será perante a Eslováquia e no dia 16 de Junho está reservado esse Inglaterra-P. Gales, um duelo pleno de rivalidade em qualquer desporto. 

A estrela – Gareth Bale – Nos primeiros 27 jogos pela selecção de Gales, Bale marcou apenas por 3 vezes, enquanto nos seguintes 27 jogos marcou por 16 ocasiões. Há quem chame País de “Bales” à nação galesa, algo que não fica mal, tendo em conta que Bale marcou 7 dos 11 golos dos galeses na qualificação. O jogador do Real Madrid conseguiu um feito com que Giggs sempre lutou e tem agora oportunidade de elevar ainda mais a fasquia da pequena nação encostada a Inglaterra. Em França terá, apesar de estar num conjunto inferior, a oportunidade de demonstrar que é neste momento um dos 3 melhores jogadores europeus.

XI Tipo – GR: W. Hennessey DD: C. Gunter DC: A. Williams DC: B. Davies DC: J. Chester DE: N. Taylor MC: J. Allen MC: A. Ramsey MC: L. King AV: G. Bale AV: Robson-Kanu

Jogadores Chave – Aaron Ramsey (Médio Centro, Arsenal, 25 anos): O médio galês é dotado de uma excelente técnica e é o grande factor de equilíbrio desta pequena nação. Sabe defender, sabe atacar e gosta de ter a bola nos seus pés. Depois de Bale, o sucesso do País de Gales depende muito da forma física do jogador do Arsenal; Ashley Williams (Defesa Central, Swansea, 31 anos): O defesa central do Swansea City é o capitão desta geração galesa. Muito forte fisicamente, Williams é um autêntico esteio no centro da defesa do País de Gales e o líder de uma das melhores defesas da fase de qualificação; Joe Allen (Médio Centro, Liverpool, 26 anos): Ainda tarda em estabilizar no 11 dos reds, mas no País de Gales, o médio é uma das principais referências. Se Ramsey leva o jogo da equipa para a frente, Allen trata de organizar o meio campo, com a sua qualidade de passe e visão de jogo.

Jovem a seguir - Ben Davies (Defesa Central, Tottenham, 23 anos) - Não é propriamente um jovem (tal como na Irlanda do Norte, faltam jovens referências em Gales), mas de toda a selecção galesa é aquele que joga com mais regularidade. O galês actua preferencialmente a defesa esquerdo, contudo, no País de Gales é parte do trio de centrais no esquema de Chris Coleman.

Prognóstico VM - Oitavos-de-final

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