Super-Braga goleia o milionário Fenerbahçe e já está nos quartos; Rafa dá show na Europa; Stojilijković também esteve em destaque; Bruno Alves não ficou bem na fotografia no conjunto de Vítor Pereira

Sp. Braga 4-1 Fenerbahce (Hassan 11, Josué 69' g.p, Stojiljkovic 74' e Rafa 84'); Potuk 45'+1)

Fantástico! O Sp.Braga carimbou a passagem para os quartos-de-final da Liga Europa ao eliminar de forma clara o Fenerbahce, depois de ter vencido na Pedreira por 4-1. Com este apuramento, os minhotos arrecadam 1 milhão de euros. A equipa de Paulo Fonseca, que estava em desvantagem ao intervalo, fez uma grande segunda parte e beneficiou de um penalty e de uma expulsão para afastar o conjunto de Vítor Pereira. Rafa foi o melhor em campo, aproveitando a montra europeia para se mostrar a outros clubes (e também a Fernando Santos, que viu a partida ao vivo) e Stojiljkovic também esteve em grande e voltou a marcar na Liga Europa. Já nos turcos, Bruno Alves esteve uma lástima e Nani, mesmo não jogando bem, teve uma participação no golo e ainda alguns lances em que tentou desequilibrar.

A missão do Sp.Braga era clara. Primeiro era preciso empatar a eliminatória, procurando o golo mas pela certa. A vantagem turca foi anulada bem cedo, com Hassan, a passe de Vukcevic, a bater Demirel com tranquilidade. A partir daqui, o jogo desenrolou-se essencialmente no meio campo, com uma disputa acesa pela posse de bola. Não houve muitos lances junto das balizas, mas houve uma boa oportunidade para Kjaer na sequência de um canto. O golo do Fenerbahce, já com Vítor Pereira na bancada após ter sido expulso, surgiu numa má altura para os minhotos. Nos descontos da primeira parte, um rude golpe para o conjunto de Paulo Fonseca: Nani desequilibrou sobre a esquerda, Van Persie cabeceou contra Boly e a bola sobrou para Potuk fazer o golo. Na segunda parte, pedia-se uma reacção rápida aos portugueses. Apesar de algum ascendente, não houve muita capacidade para incomodar a defesa turca. Até que, de forma inesperada, surgiu o lance que mudou a história do jogo. Rafa aparece sozinho na área e remata contra o braço de Topal. O árbitro assinalou penalty, que Josué converteu, e a equipa de Vítor Pereira ficou reduzida a 10 elementos. A pressão intensificou-se e o tão desejado golo surgiu por intermédio de Stojiljkovic, a ganhar espaço e a rematar sem hipóteses para Demirel. Os arsenalistas tinham de aguentar a vantagem, mas a eliminatória ainda não estava segura. Só ficou na mão quando Rafa, numa grande arrancada, ultrapassou Bruno Alves e fez o 4-1. Até final, o desespero dos turcos levou a mais expulsões, com Potuk e Sen a abusarem do jogo violento e a saírem para o banho mais cedo.

Destaques:

Sp.Braga - Grande jogo da equipa portuguesa e mais uma campanha europeia que dá prestígio ao clube. Para além da qualidade do colectivo, destaca-se sobretudo a alma dos arsenalistas, capazes de reagir a uma desvantagem sem perder a cabeça. Rafa demonstrou que é um dos maiores talentos portugueses da actualidade e fez uma exibição espectacular, com momentos de brilhantismo (decide cada vez melhor) mas também de sacrifício no apoio ao lateral. O jogo interior dos extremos do Sp.Braga criou problemas ao Fenerbahce, e a presença de Josué no corredor central também causou mossa, com o português a desequilibrar no capítulo do passe. O lance do terceiro golo, numa altura em que já estava a jogar como médio, é exemplo disso. Com os dois laterais muito participativos (Goiano e Baiano fizeram vaivéns constantes), Vukcevic e Mauro, excelente a fazer esquecer Luiz Carlos, souberam compensar bastante bem e saem com nota positiva. No sector defensivo, Boly colmatou na perfeição a ausência de Ricardo Ferreira e demonstrou muita segurança, tal como André Pinto. Hassan e Stojiljkovic, para além dos golos, entregaram-se à luta e provocaram muitas dificuldades a Bruno Alves e Kjaer, sobretudo o sérvio, que impressionou pela capacidade física.

Fenerbahce - Tanto dinheiro investido para isto. Mais uma prova de que orçamentos não ganham jogos. Vítor Pereira pode queixar-se da arbitragem mas isso não explica o pouco futebol apresentado pela sua equipa. O descontrolo emocional ficou claro neste encontro e o treinador português, pelo mau exemplo, tem culpas no cartório. A equipa até estava a controlar bem a pressão do Sp.Braga, mas o lance do penalty mudou tudo e daí até final foi o descalabro. Já sem Diego e Nani, os dois criativos da equipa, não houve forma de ir à procura do golo que pudesse dar a passagem. O português, mesmo não estando brilhante, acabou por ser importante no golo obtido e teve alguns lances em que conseguiu desequilibrar, apesar de não ter dado a melhor sequência. O outro português, Bruno Alves, teve uma noite para esquecer, somando erros e demonstrando uma lentidão excessiva para este nível. Van Persie está uma autêntica nódoa e raramente conseguiu incomodar. Já Souza, outro conhecido do futebol português, acabou por ser dos mais esclarecidos do conjunto turco. No geral, ficou a ideia de que este plantel tem muitos jogadores estrangeiros envelhecidos e incapazes de apresentar o melhor rendimento e muitos turcos sem a qualidade desejada (Topal e Erkin são as poucas excepções). 

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