Juventus teve o pássaro na mão mas foi Guardiola a sorrir; Morata foi uma dor de cabeça para a débil defensiva bávara; Bayern chegou aos 90 a perder mas despachou a vice-campeã no prolongamento; Muller, Douglas e Coman fizeram a diferença; MSN derrota Arsenal

O Bayern foi anulado durante 70 minutos, esteve em risco de cair prematuramente, mas renasceu e mantém-se na prova. Ainda assim, pareceu claro que Guardiola (hoje surpreendido pelo posicionamento inicial da Juve e pelo facto de Allegri ter jogado com 4 laterais) não tinha um plano B e só a qualidade individual de Douglas Costa, aliada à eficácia de Müller (num jogo "mau", fez 1 golo e 1 assistência) e à excelente entrada de Coman, permitiu ultrapassar o campeão italiano que comprovou que é uma das melhores equipas da Europa. Morata, que jogou como homem mais adiantado, fez um grande jogo até ser substituído por Mandzukic, o que também contribuiu para a "morte" da Juve. 

O Bayern esteve com um pé e meio fora da Liga dos Campeões, mas com um quarto de hora de grande pressão final conseguiu evitar a eliminação e ainda foi a tempo de ganhar à Juventus por 4-2 no prolongamento. Numa eliminatória muito renhida, em que qualquer uma das equipas seria uma justa vencedora, os italianos dominaram os alemães durante 70 minutos e estiveram muito perto de causar uma enorme surpresa. Com melhor aproveitamento no ataque (a Juve desperdiçou duas ocasiões clamorosas) e o desfecho poderia ter sido outro. O que é certo é que a equipa de Allegri fez o Bayern parecer um conjunto medíocre do ponto de vista ofensivo, sem soluções e muito dependente dos rasgos de Douglas Costa. Mas, a partir dos 70 minutos, tivemos outro jogo. A Vecchia Signora recuou demasiado no terreno para defender o resultado e acabou por permitir que o Bayern, carregando sobretudo através do exterior, chegasse à igualdade. O ascendente no jogo estava do lado alemão, e no prolongamento o desgaste notou-se mais na equipa da Juventus. Seria Thiago, que, estranhamente (podia dar a criatividade que faltava), ficou no banco, a fazer o 3-2 e, pouco depois, Coman, numa grande arrancada, a marcar ao clube de origem.

O posicionamento inicial da Juventus - muito estendida no terreno, a pressionar à saída da área - surpreendeu o Bayern e viria a resultar num golo madrugador. Khedira tentou assistir Lichsteiner, mas foi um erro a meias entre Alaba e Neuer que deixou a baliza deserta para Pogba. Os italianos retraíram-se um pouco, embora sem tremer perante uma tímida reacção dos bávaros. A turma de Guardiola ia demonstrando uma total incapacidade de penetrar na muralha dos vice-campeões, que chegariam ao 2-0. Morata, que jogou como homem mais adiantado, teve uma arrancada impressionante e deixou toda a gente para trás, oferecendo o golo a Cuadrado, muito frio a finalizar. Até ao intervalo, o Bayern conseguiu apenas fazer um remate à baliza, tendo sido dos forasteiros a melhor oportunidade. Neuer redimiu-se e, com uma defesa monstruosa, negou o bis a Cuadrado. Na segunda parte, o jogo não se alterou. A turma de Guardiola ia tendo enormes dificuldades no processo de construção, limitando-se a variar o centro do jogo sem que houvesse maneira de colocar a bola entre linhas. O conjunto de Allegri até podia ter fechado a eliminatória, mas não o fez e acabou por recuar no terreno demasiado cedo (pouco depois dos 60 minutos), permitindo que o Bayern ainda fosse ao empate. Primeiro foi Lewandowski, correspondendo a um grande cruzamento de Douglas Costa, e depois foi Müller, já nos descontos, a cabecear de forma perfeita após uma excelente assistência de Coman, que mexeu com o jogo. No prolongamento, apesar de a Juve também ter tido as suas chances, a qualidade de Thiago e Coman, dois trunfos vindos do banco, fez a diferença.

O 4-4-2 da Juve, com dois extremos (Alex Sandro e Cuadrado) que na prática funcionaram como laterais e Pogba no apoio a Morata, acabou por resultar na perfeição. Tanto os alas como o médio francês estiveram impecáveis nas tarefas defensivas, não perdendo, no entanto, objectividade no processo ofensivo no apoio ao avançado espanhol, que esteve em grande. A fazer lembrar a segunda metade da época passada. Já no Bayern, a exibição colectiva não foi propriamente satisfatória. Todo o sector defensivo comprometeu no controlo da profundidade e houve erros individuais de palmatória (Alaba esteve irreconhecível, Benatia muito mal na saída de bola). A falta de criatividade do meio campo também ficou notória, com Vidal incapaz de fazer a diferença frente à ex-equipa. Douglas Costa foi o único que conseguiu criar desequilíbrios, já que Müller e Ribéry também estiveram algo apagados. Guardiola, mesmo sem um plano B, conseguiu salvar-se ao lançar os jovens Thiago e Coman, que viriam a ser decisivos.

Os Gunners, que tiveram o jovem Iwobi em destaque, deram uma boa réplica (bastantes mais oportunidades do que na 1.ª mão e a darem a ideia que podiam entrar na eliminatória), mas o campeão europeu é superior - O Barcelona confirmou a passagem para os quartos-de-final da Champions ao derrotar o Arsenal, por 3-1. Ospina ainda se destacou com 2,3 grandes defesas mas o trio MSN desequilibrou a eliminatória com Neymar, Suárez e Messi a marcarem um golo cada um. Já os Gunners, que até começaram melhor, conseguiram responder ao golo de Neymar aos 18', empataram por Elneny (belo remate) aos 51', mas Welbeck (grande corte de Mascherano) falhou o 2-1 pouco depois e com o golaço de Suárez a eliminatória ficou resolvida. Já perto do fim, Messi, que muito tentou, com um chapéu fixou o resultado final. No Barça, além do trio da frente, destaque para a dupla Mascherano-Mathieu, que foi muito testada, tento respondido quase sempre bem. Também Ter Stegen se destacou com uma grande defesa; Já os Gunners tiveram no jovem Iwobi uma das referências, com o extremo a criar várias situações de desequilíbrio, faltou na frente um melhor acerto de Alexis e Welbeck, que apesar do bom jogo, pecaram na finalização.

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