7 destaques do Nacional de Juniores

Chegou ao fim a 1.ª fase do campeonato nacional de Júniores, competição que antecede a disputa de campeão nacional do escalão a 8 equipas. Esta temporada contará com os crónicos 3 grandes, acompanhados pelo Rio Ave e Paços de Ferreira a norte e pelo Belenenses e Académica a Sul. A norte, assistimos a uma primeira fase quase sempre liderada pelo Rio Ave, com um Porto descaracterizado na 1.ª volta do campeonato, mas que com o chegar ao fim da prova recolocou-se na liderança, lugar que por norma lhe pertence. Além destes, o Vitória, pelo 2.º ano seguido, voltou a mostrar que é a melhor equipa formadora do Minho e o Paços conseguiu um resultado histórico e já merecido pelo crescimento que a equipa tem apresentado. A sul, mérito total para um Sporting que partia como não favorito, com vários jogadores desacreditados pelo que aconteceu na temporada passada nos Juvenis, mas que Tiago Fernandes soube reagrupar e motivar. O Benfica, com uma equipa sem os melhores elementos de 97, passou por vários sobressaltos tendo, ainda assim, conseguido acabar no 2.º posto e, mais abaixo, o Nacional desiludiu e permitiu um campeonato tranquilo a Belenenses e Académica, ambas com avançados de 1.º ano que deram nas vistas (Pedro Marques e Xavi, respectivamente). Desta forma, aponta-se aqueles que maior rendimento mostraram nesta primeira fase (para evitar repetição de nomes, não se destacam alguns que já foram apresentados neste espaço, como Pedro Ferreira, Bruno Paz, José Gomes, etc):

Ronaldo Tavares (Sporting) - Depois de um empréstimo ao Oeiras, regressou ao Sporting com poucas expectativas face ao que poderia produzir. Pese embora esse menor estatuto, chegou e tornou-se vital no futebol da equipa de Tiago Fernandes, sendo absolutamente decisivo no jogo aéreo e no libertar de espaço para os extremos. No alto do seu 1,92m é imparável pelo ar face ao nível dos adversários e apontou grande parte dos seus 15 golos dessa forma. Apesar do excelente rendimento, não parece ser um elemento que se distinga de outros jogadores desta estirpe (fortes fisicamente, dominadores pelo ar, mas com imensas lacunas técnicas e no entendimento do jogo).
Bruno Costa (FC Porto) - Se os Dragões acabaram a 1.ª fase no primeiro lugar em muito têm que agradecer a Bruno Costa. A extremo ou a interior foi o motor da equipa de António Folha, resolvendo os problemas que o colectivo não conseguia, principalmente os desequilíbrios no último terço. Quase todos os golos dos Portistas tiveram influência directa do médio e a sua preponderância foi ainda maior na 1º volta, momento em que a equipa chegou a andar pelo 4.º lugar e onde outros elementos estavam com um rendimento abaixo do normal. Ainda assim, parece longe da margem de progressão que outros nomes da equipa têm, já que é um dos mais velhos da equipa e não tem nenhum atributo que o diferencie quando enfrentar outra oposição.
Vitó (Rio Ave) - Talvez o jogador de campo mais importante na caminhada dos Vilacondenses. Líderes em grande parte da prova, um resultado que não surpreende face à evolução do Rio Ave neste escalão (recupera imensos jogadores que não cabem no Porto), devem grande parte do sucesso a Vitó (já na carteira de activos de Jorge Mendes), que para além de ser exímio na execução de bolas paradas, somou quase uma dezena de assistências ao longo do campeonato. O talentoso esquerdino já se estreou inclusive na equipa principal e parece ser uma aposta forte do clube para os próximos anos.
Aurélio Buta (Benfica) - Um antigo extremo convertido hoje em lateral, aproveitando melhor as suas forças e escondendo algumas fraquezas. O recuo no terreno de Buta foi benéfico para os dois lados: para o clube que se via sem um lateral direito depois da saída de Pedro Pereira para a Sampdoria e para o jogador que se revelava limitado para a posição onde antes fazia diferença. O jovem passou a utilizar melhor as suas características físicas e técnicas (rápido, forte nos primeiros metros e ágil, mas que com menos espaço tem dificuldades em criar desequilíbrios) , o que é sobretudo explicado pela diferença de metros que tem para explorar quando recebe a bola.
Tiago Serralheiro (Paços de Ferreira) - Um dos responsáveis pelo resultado histórico dos júniores do Paços de Ferreira. O 9 dos castores, que também pode jogar atrás do avançado, foi o grande destaque desta equipa, tendo merecido a confiança de Jorge Simão na partida da taça da liga frente ao Sporting. Apontou 10 golos nesta primeira fase, grande parte deles a partir de lances ganhos na antecipação e tem como ídolo e referência no seu estilo Robert Lewandowski. Certo é que nos últimos anos tem sido notório o crescimento do Paços de Ferreira, em especial no escalão sub-19 ao aproveitar elementos de equipas periféricas como o Freamunde e Gondomar.
Jovane Cabral (Sporting) - Chegou a Portugal como um desconhecido (treinou no Olival, não convencendo os responsáveis), mas em boa hora assinou pelo Sporting. Trata-se de um extremo de origem Cabo-Verdiana, com um perfil algo semelhante a Gelson (embora este seja mais desenvolvido fisicamente), desequilibrador no 1vs1, mais pela aceleração do que pela agilidade e imprevisibilidade, e com apetência em frente à baliza. Jovane está ainda demasiado selvagem para um patamar profissional, com imensas decisões precipitadas e afastado dos comportamentos colectivos, mas a evidência aponta para que seja um jovem com margem para evoluir nesta passagem pelo clube (é ainda júnior de 1.º ano e teve uma influência determinante na 1.ª volta da equipa).
Diogo Costa (FC Porto) - Uma das maiores relevações desta 1.ª fase. Depois de uma época onde Gudino foi figura no título de campeão nacional do Porto, a baliza do Porto passava por uma incógnita. De 97 e 98 não havia um valor que assegurasse o que a equipa queria e a solução passou por um sub17. Diogo Costa é o titular da sua selecção - muito por culpa deste saltar de escalão na hierarquia do Porto - e, apesar de ter custado alguns pontos à equipa (o jogo com o Rio Ave em casa foi um dos piores do guarda-redes), tem ganho confiança ao longo deste trajecto e mostrado as suas principais qualidades: confiante com os pés, rápido a sair dos postes e confiante tendo em conta a sua juventude neste escalão.

Equipas que vão disputar a fase final:
Sporting
Benfica
Belenenses
Académica
FC Porto
Rio Ave
Vit. Guimarães
Paços de Ferreira

Melhor 11 da 1.ª fase do Campeonato Nacional de Júniores:
GR: Diogo Costa (FC Porto)
DD: Bruno Paz (Sporting)
DC: Francisco Ferreira (Benfica)
DC: Dénis Martins (Vitória)
DE: David Sualehe (FC Porto)
MC: Pedro Ferreira (Sporting)
MC: Bruno Costa (FC Porto)
MC: Vitó (Rio Ave)
AC: Heriberto Tavares (Belenenses)
AC: José Gomes (Benfica)
AC: Ronaldo Tavares (Sporting)

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): João Magalhães

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