Como para tudo, é essencial definir critérios. Esta rubrica destina-se a jogadores nascidos em 1996. Os parâmetros de selecção são os feitos dos jogadores até ao momento e, principalmente, o seu potencial e o nível (patamares em termos de projecção Mundial) que poderão atingir no futuro. Mesmo considerando que são seniores de 1.º ano já é possível mencionar elementos que nesta fase apresentam algumas destas características.
Desde que apareceu Iniesta, que o futebol espanhol tenta encontrar um sucessor para o craque do Barcelona. Isco é o mais falado, Óliver também já demonstrou poder chegar a esse nível e agora há outro jovem aprendiz, que está na calha para ser o novo maestro da orquestra espanhola,
Dani Ceballos. E há mais candidatos, como se percebe pela qualidade dos médios ofensivos que têm aparecido aqui ao lado. Nas selecções jovens, que têm conquistado inúmeros títulos europeus nos últimos anos, os craques não param de aparecer, fruto do trabalho notável que tem sido feito ao nível da formação. A ideia transmitida é clara: o futebol, antes de ser jogado com os pés, joga-se com a cabeça. Não é preciso correr quilómetros, é preciso estar no sítio certo, antecipar o que vai acontecer. É claro que todos os médios referidos têm uma qualidade técnica extraordinária, mas o que os distingue é a inteligência, a velocidade de raciocínio e a capacidade de decisão que possuem. Mas neste capítulo, Ceballos, que tem magia da cabeça aos pés, parece distinguir-se dos demais. Como os que vieram antes dele, foi um dos destaques do último Europeu de Sub-19 e é daqueles jogadores que só precisa de um toque na bola para mostrar que é craque. Um predestinado, que terá mais dificuldades em não dar craque do que em chegar ao topo. Com uma qualidade de passe extraordinária e uma visão de jogo muito, mas mesmo muito acima da média, tem uma facilidade incrível de dar sempre a melhor continuidade aos lances. Apesar de ter um excelente controlo de bola e uma
capacidade de drible de um fantasista, não se perde em jogadas individuais, mesmo que consiga desequilibrar bastantes vezes dessa forma. Mas desengane-se quem pensa que Ceballos só corre para a frente, pois é um jogador bastante intenso a defender e que revela bastante inteligência na ocupação dos espaços. O facto de ter jogado numa segunda liga, ao serviço do Bétis, terá ajudado ao desenvolvimento táctico do médio, que agora tem a oportunidade de se mostrar na liga espanhola. Em Espanha garantem que já tem um acordo com o Real Madrid, o que não seria surpreendente mas deixa sempre dúvidas sobre se terá sido a escolha mais acertada para a carreira. Para os adeptos de futebol, a escolha acertada será sempre aquela que permita ver o talento de Ceballos.
