Craques do futuro V: O "mini-Hulk" que convenceu Mourinho (15.º)

Como para tudo, é essencial definir critérios. Esta rubrica destina-se a jogadores nascidos em 1996. Os parâmetros de selecção são os feitos dos jogadores até ao momento e, principalmente, o seu potencial e o nível (patamares em termos de projecção Mundial) que poderão atingir no futuro. Mesmo considerando que são seniores de 1.º ano ou ainda júniores, já é possível mencionar elementos que nesta fase apresentam algumas destas características.

Brasil, país do futebol. A escola é a rua, e só faz falta uma bola e um pé descalço. Depois de Pelé, Zico, Romário, Ronaldo ou Ronaldinho, Neymar é o craque canarinho que todos os miúdos querem ser. Mas o futebol brasileiro mudou muito nos últimos anos, alterando a sua essência. A transição para a Europa das principais promessas acontece cada vez mais cedo, fazendo desaparecer os "brinca na areia" e tornando-os mais mecanizados. Robert Kenedy está no meio desse processo evolutivo: de um lado está o jogador fantasista, que inventa jogadas que mais ninguém pensou; do outro está o jogador objectivo, que guarda a criatividade num pote por o receio de perder a bola ser maior do que a vontade de arriscar um lance genial. Talvez seja por isto que já seja aposta de José Mourinho no Chelsea, e bem se sabe que o português não é propriamente um lançador de jovens. O brasileiro custou 9 milhões de euros aos blues, mas não seria o primeiro diamante em bruto que ficaria por lapidar. Vindo do Fluminense, onde desde cedo deu nas vistas, o esquerdino tem saltado do banco em alguns jogos e, apesar de não ter feito exibições de luxo, percebe-se que é um talento muito acima da média. Kenedy é, aos 19 anos, um protótipo de Hulk, embora tenha maior virtuosismo. As diagonais para o corredor central são a grande arma do seu jogo e normalmente criam muitos desequilíbrios, já que o extremo tem uma excelente visão de jogo - nada egoísta - e um remate mortífero (tanto em lances de bola corrida como em livres directos). No Chelsea ainda é notório que está algo tímido em campo, mas, assim que se soltar, a tendência é para que se sinta cada vez mais capaz de assumir o jogo. O jogador, que tem um nome nada brasileiro em homenagem ao antigo presidente dos EUA, é um dos rostos da nova geração canarinha, ao lado de nomes como Nathan, Gabriel ou Boschilia, e o facto de poder evoluir num clube da dimensão dos londrinos dá-lhe logo uma bagagem que pode ser decisiva para se tornar um craque. 

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