Craques do futuro V: O médio defensivo completo que "explodiu" em Portugal com a idade de júnior (11.º)

Como para tudo, é essencial definir critérios. Esta rubrica destina-se a jogadores nascidos em 1996. Os parâmetros de selecção são os feitos dos jogadores até ao momento e, principalmente, o seu potencial e o nível (patamares em termos de projecção Mundial) que poderão atingir no futuro. Mesmo considerando que são seniores de 1.º ano já é possível mencionar elementos que nesta fase apresentam algumas destas características.

No futebol, quanto mais atrás for a posição de um jogador, mais riscos ela acarreta e maior sentido de responsabilidade exige. Um avançado de 19 anos, mesmo que falhe duas ocasiões claras, terá perdão dos adeptos, mas um guarda-redes que dê dois frangos e que provocou dois golos sofridos já sofrerá mais críticas. Um trinco, jogando numa das posições mais importantes do futebol actual, também tem de ter uma maturidade e uma disciplina táctica assinaláveis. Danilo, brasileiro que passou pelo Sporting de Braga, impressionou por isso mesmo. Apesar de ser um jovem, cedo demonstrou que tinha a cabeça de um veterano, de um jogador que conhece todos os segredos para actuar à frente da defesa. O salto para o Valência foi natural, tendo em conta a qualidade e o potencial que apresentou na Pedreira, onde foi um dos protagonistas na última temporada. Na primeira época no futebol europeu, apesar de ter na altura idade de júnior, foi simplesmente o melhor médio defensivo do campeonato nacional na metade inicial, tendo perdido algum fulgor com o desgaste físico. Ainda assim, conseguiu manter o nível elevado em Braga e ainda foi a tempo de ser considerado o segundo melhor jogador do Mundial Sub-20, tendo capitaneado um Brasil onde demonstrou estar num nível competitivo superior a potenciais craques como Malcom, Boschilia, Marcos Guilherme ou Gabriel Jesus. E não admira, tendo em conta que é um dos médios mais promissores a nível global. À maturidade que apresenta, junta uma resistência física impressionante, sendo capaz de encher o meio campo, e uma qualidade técnica assinalável. Não se limita a destruir jogo do adversário, também é capaz de construir, seja através do passe ou do transporte, e até consegue desequilibrar nas bolas paradas ofensivas. A mudança para Valência poderá revelar-se acertada, pois, apesar de significar um salto competitivo, não representa um "passo maior que a perna". E Danilo até parecia preparado para dar esse passo. De um modo ou de outro, o brasileiro vai acabar por lá chegar; é daqueles que não engana. 

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