7 portugueses a contrariar a ideia que só é possível ter sucesso na Europa com estrangeiros

Podia ser uma série de Bryan Fuller, em que os misfits e underdogs tomam o comando e ganham protagonismo. O problema é que estes misfits e underdogs nunca deveriam sequer ter assumido esse baixo estatuto.

Apostar em portugueses vai tirar competitividade nas competições europeias, dizem alguns. Contudo, o FC Porto ganhou ao Chelsea com três portugueses no onze e o Benfica bateu o Atlético de Madrid com quatro jogadores nacionais em campo. Nos azuis-e-brancos figuraram Danilo, André André e Rúben Neves; nos encarnados, Semedo, Eliseu, André Almeida e Gonçalo Guedes. Todos titulares, com a particularidade de um elemento em cada equipa - Neves e Guedes - ter apenas 18 anos de idade. De realçar ainda o facto de que todos, excepto Eliseu, estão abaixo da casa dos 27 anos.

O problema é que o facto de duas equipas portuguesas terem respectivamente três e quatro jogadores também eles portugueses no onze não deveria ser sequer notícia. Porém, após duas épocas negras em que chegámos a presenciar o primeiro Clássico de sempre sem quaisquer lusos nos onzes, é esta a triste realidade do futebol português.

Uma realidade, mesmo assim, que acalenta esperanças, ainda que estas devam ser doseadas. Com as vitórias de relevo frente a Chelsea e Atlético com participação ativa de jogadores portugueses (dois golos, por André e Guedes, e uma assistência, por Neves), as mais recentes apostas de Rui Vitória e Julen Lopetegui provaram que quem alegava que a aposta no produto nacional retiraria competitividade aos clubes estava errado.

Resta os dois clubes - como tantos outros da nossa Liga - seguirem o seu próprio exemplo e começarem a fazer da aposta em portugueses o pão nosso de cada dia em vez de novidade. Não faz sentido os jogadores lusos serem os misfits e underdogs do seu próprio país.

Visão da Leitora (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): Inês Sampaio

Etiquetas: