Desde Nélson Oliveira que ninguém apresentava estes números

Com um rendimento (média de golos estratosférica) parecido ao de Nélson Oliveira, José Gomes aparece como o avançado com melhores números na sua idade.

Aos 16 anos (nascido em 1999) já é titular da equipa de Júniores do Benfica (o único avançado juvenil titular num dos 3 grandes) e destaca-se por ter um perfil de jogo distante do habitual jogador Africano, neste caso de origem Guineense, tipicamente assente na velocidade e na potência dos movimentos. Pelo contrário, o internacional sub-17 (titular na geração de 99 ao lado de JP, Dalot, Diogo Queirós ou Quina) por Portugal tem algumas características que são raras no jogador Português e, muito menos, nos jovens oriundos das ex-colónias.

Desde logo na forma como entende o jogo no momento sem bola, sendo mesmo uma das suas principais armas, quando ganha frequentemente a frente aos seus adversários. E é nesse momento que o avançado é forte, quer quando tem de aparecer em situações de finalização, quer quando é necessário baixar em apoio ao portador da bola, ou descair num flanco abrindo espaço para movimentos dos interiores ou extremos. Contudo, o principal atributo que distingue o jogador é o seu jogo aéreo (de longe o melhor nos escalões de formação em Portugal), não por ser mais alto que os rivais (cerca de 1,80m) nem por ganhar frequentemente as disputas, mas essencialmente pela técnica de cabeceamento e pela forma como o faz em situações de elevado grau de dificuldade.

Para além disso, e repetindo a ideia de que não baseia o seu jogo na velocidade e força física, não deixa de ser um avançado ágil e que se dá bem a jogar com vários metros nas costas (apesar de ser ainda mais forte em ataque organizado), aliando a isso uma facilidade de remate tremenda (forte na execução de bolas paradas), deixando apenas algumas incertezas (alguns defeitos a lidar com o fora-de-jogo) naquilo que vale em situações de menor espaço na finalização, isto é, quando tem de recorrer ao pé mais fraco, neste caso o esquerdo, para finalizar. Nesse sentido, e reforçando a ideia de que o jogador ainda tem 3 épocas à frente enquanto Júnior, só tem vindo a ganhar por estar a competir num patamar diferente do dele e por, muito provavelmente, ter as portas da equipa B escancaradas para aparecer, quem sabe, no decorrer desta época (em virtude da política da equipa B dos encarnados).

O fácil é imaginar José Gomes e comparar a Romário Baldé, Sancidino, Zé Turbo, Amido Baldé e tantos mais casos recentes de jogadores Africanos nas camadas jovens em Portugal, mas o caso do actual avançado Benfica é diferente. Pela sua técnica, perfil, características de jogo e maneira como genuinamente tem ultrapassado etapas, tudo aponta para que seja um caso sério no futuro.

VM Scouting: João Magalhães e Rui Valente

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