City goleado em White Hart Lane quando podia ter goleado; Ex-Sporting contribuiu, mas foi Lamela quem desequilibrou

Imagem: Daily Mail
Um resultado perfeitamente enganador, mas que serve para relançar a Premier League. O City podia estar a golear ao intervalo, mas o Tottenham, que continua a praticar um futebol bastante pobre tendo em conta a qualidade do elenco, foi altamente eficaz, teve no árbitro uma ajuda inesperada e contou com um Lamela que parece querer finalmente mostrar aquilo que vale. 

Não havia um resultado mais surpreendente para abrir a jornada da Premier League. O Tottenham até começou a perder e podia estar a ser goleado ao intervalo, mas acabou por dar "chapa 4" ao líder do campeonato (o United pode passar para a frente). O City perdoou na finalização e isso saiu-lhe caro, com os erros do árbitro (dois golos dos spurs em fora-de-jogo) e muita culpa própria (Caballero teve culpas no 2-1, Demichelis e Otamendi demonstraram passividade) a ditarem o 4-1 final. Lamela realizou uma exibição de alto nível, desequilibrando ofensivamente e ajudando a travar Kolarov, mas Lloris, pelo que defendeu, também foi um dos maiores responsáveis pela goleada. 

A primeira parte foi controlada pelo City, que esteve sempre mais perto da baliza do Tottenham. Lloris foi evitando o que pôde com várias defesas de grande qualidade, mas não conseguiu impedir que De Bruyne, após uma transição rápida, inaugurasse o marcador. O líder do campeonato ia desperdiçando oportunidades e, como quem não marca, sofre, acabou por sofrer a igualdade. Eric Dier, num remate de fora da área, levou o jogo empatado para o intervalo, resultado injusto para o que o City tenha feito ofensivamente e para a incapacidade dos spurs de criarem jogadas de perigo. A segunda parte foi bem diferente, até porque logo a abrir a equipa de Pochettino passou para a frente. Caballero, que deixou Hart no banco, saiu-se mal da baliza e permitiu que Alderweireld, que ganhou nas alturas a Fernando, consumar a reviravolta. O período que se seguiu trouxe um City algo desorientado no encontro, perante o boost motivacional que o Tottenham ganhou com o golo. O 3-1 foi a machadada final no jogo. Eriksen, que nem estava a fazer um grande jogo, marcou um livre quase perfeito (foi à trave) e a bola sobrou para Kane, que marcou pela primeira vez na Premier League. Ainda faltava algum tempo para o final, mas os citizens, que nem tinham avançados no banco, carregaram mas sem ameaçar o desfecho da partida, que ainda viria a ganhar contornos mais surpreendentes. N'Jie ganhou espaço na direita e assistiu Lamela, que fez o que quis de Demichelis e Caballero para o 4-1. A melhor maneira de culminar uma exibição de grande qualidade.

Mesmo praticando um futebol bastante fraco, com demasiada aposta no jogo directo e um meio campo incapaz de estabelecer ligação com o ataque (Dier tem tarefas mais defensivas, que cumpriu na perfeição, e Delle Ali é um miúdo com muito potencial, mas ainda lhe falta "pedigree" para estes jogos), o Tottenham foi capaz de golear o City e pode aproveitar para ganhar confiança e conseguir uma série de bons resultados. Son, ainda a adaptar-se, Eriksen, Lamela e Kane fazem uma frente ofensiva que, motivada, pode ser mortífera na Premier League. Do lado do City, apesar de alguma infelicidade pela forma como o Tottenham conseguiu a goleada, percebeu-se que esta dupla de centrais não pode ser reeditada (sobretudo devido a Demichelis, que já não tem nível para estas andanças) e no geral houve demasiada passividade defensiva. A exibição não foi péssima, ao contrário do que o resultado mostra, mas espera-se mais de jogadores como De Bruyne, apesar do golo, e do próprio Yaya, que não fez uma exibição por aí além. Agüero, mesmo quando estava sozinho na frente, fez um jogo muito bem conseguido, esperando por apoios e desequilibrando na área contrária. 

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