Portugal nas meias-finais e já com bilhete para os JO'2016; Selecção controlou perante uma Suécia que tentou segurar o empate; Bernardo Silva voltou a espalhar magia; William foi imperial no meio campo; Ataque (apesar do belo golo de Paciência) é que continua sem criar mossa

Portugal 1-1 Suécia (Gonçalo Paciência 82'; Tibbling 89')

Cumprido o objectivo mínimo... falta vencer a competição. Portugal empatou (a 1) com a Suécia e, à semelhança dos nórdicos, garantiu a passagem às meias-finais do Euro sub-21 e o apuramento para os JO do Rio de Janeiro. Resultado que agradou às duas equipas, aliás depois do 1-1, já perto dos 90, os suecos deixaram Portugal circular a bola na defesa até ao apito final, e que trama a Itália, que apesar da vitória, por 3-1, frente à Inglaterra, foi afastada. A selecção nacional, que terá agora pela frente a favorita Alemanha, entrou forte nas duas partes, criou os lances mais perigosos - apesar das poucas oportunidades claras de golo (William desperdiçou a melhor) - e soube gerir perante um adversário, que sempre demonstrou estar satisfeito com o empate. Curiosamente, numa fase em que a partida parecia caminhar para o 0-0 (as duas equipas limitavam-se a circular a bola), acontecem os golos e também ficaram evidentes as fragilidades de Portugal. O sector defensivo, que até tinha estado competente (também o adversário pouco tinha existido ofensivamente), na fase que foi pressionado voltou a acumular erros e a deixar José Sá algo exposto. A nível individual, Bernardo Silva, com a sua enorme qualidade técnica, esteve em grande, principalmente no 1.º tempo, William Carvalho voltou a rubricar também uma grande exibição (incrível a maneira como decide com bola, mesmo em situações de pressão); Mas o ataque, apesar do belo golo de Paciência, foi quase sempre inofensivo, sendo que a dupla Ivan-Ricardo, apesar do bom trabalho defensivo, quase não incomodou e a capacidade de criar situações de golo, à semelhança dos últimos 2 jogos, voltou a ser limitada.

Quanto à partida, Rui Jorge voltou a apostar em Ricardo e Ivan na frente, e Portugal entrou bem melhor no encontro. Logo aos 7 minutos William, após tabela com Cavaleiro, isola-se mas não consegue finalizar perante o guardião Sueco, sendo Sérgio Oliveira a rematar forte e perto da baliza 6 minutos depois e também Ricardo (após excelente circulação de bola no meio-campo rival) rondou o golo antes do fim do primeiro quarto de hora. Nesta fase a turma Lusa pressionava bem a saída de bola rival e trocava o esférico com qualidade, com William e Bernardo em destaque nesse campo. Pouco antes dos 30 minutos, e numa altura em que Portugal já não estava tão bem como no início (pressão menos bem conseguida e circulação sem tanta fluidez), surge uma contrariedade para a equipa das Quinas, já que Tiago Illori teve de sair lesionado, entrando Tobias Figueiredo para o seu lugar. A parte final do primeiro tempo foi menos interessante, com um ritmo mais baixo e um certo conformismo com o empate (que servia ambos os conjuntos devido à vitória de Itália), sobretudo por parte da Suécia. Na segunda parte, os Nórdicos têm a sua primeira grande ocasião de golo, mas Thelin, em excelente posição, cabeceia para fora. Depois deste momento, o jogo ficou mais morno, com a bola sempre longe das balizas, mas numa fase em que o empate parecia uma certeza (já que apurava as duas equipas) Gonçalo Paciência recebe um passe de Iuri Medeiros (ambos recém-entrados), engana Milosevic e remata forte para um golo que, de certo, foi muito festejado em Itália. Mas já depois de  Guidetti ter tentado o empate (Sá defendeu e Esgaio fez um corte providencial), o choveirinho Sueco deu resultado, já que Tibbling consegue trabalhar bem dentro da área (a defesa Portuguesa fica mal na fotografia) e marcar o tento que ofereceu a passagem e os Jogos Olímpicos do Brasil ao seu país.

Destaques:

Portugal - Está cumprido o principal objetivo - passagem às meias-finais e apuramento para os Jogos Olímpicos - algo que Portugal não conseguia há 11 anos e, portanto, deve ser devidamente realçado e enaltecido. Veremos agora como a equipa de Rui Jorge se batalhará com a Alemanha, adversário tradicionalmente muito difícil para as nossas selecções mas cuja equipa está ao alcance deste conjunto Luso. Hoje, os primeiros 20 minutos foram talvez os melhores até agora no torneio, mas essa fase não só foi curta (à medida que o tempo passava as equipas cada vez mais se viam satisfeitas com o empate) como não resultou propriamente numa avalanche de ocasiões de golo (falta contundência na frente). Individualmente, José Sá foi menos testado do que o habitual (ainda assim fez uma boa defesa a remate de Guidetti) e não teve culpas no golo, enquanto que a defesa, que teve um jogo tranquilo (a Suécia pouco atacou) tremeu na parte final quando foi colocada à prova (Tobias perde o duelo aéreo e Paulo Oliveira é batido pela simulação de Tibbling - veremos se Ilori estará disponível para o embate das meias-finais e, se não estiver, que impacto essa ausência terá). No meio-campo, William subiu o nível face ao que fez com a Itália (grande acerto no passe e muita tranquilidade dada à posse), enquanto que João Mário mal se viu e Bernardo Silva fez o melhor jogo no Europeu, já que juntou aos pormenores de classe (tem uma qualidade técnica brutal) maior continuidade no jogo, influência ao nível da circulação de bola e mais desequilíbrios no um contra um. Na frente, Ricardo e Ivan foram iguais a si próprios (lutadores, muito fortes na pressão e a condicionar a saída de bola mas sem criaram perigo), ao passo que Gonçalo teve uma oportunidade e não desperdiçou (bom golo do jogador do FC Porto).

Suécia - Depois te terem eliminado a poderosa França no Playoff, os Nórdicos prosseguem a sua bela caminhada apurando-se para os Jogos Olímpicos no grupo mais difícil do torneio, num prémio para uma equipa sem grandes estrelas mas sólida e competitiva. Individualmente, Milosevic foi batido por Gonçalo no golo sofrido mas foi importante ao ganhar nas alturas no tento marcador, o Benfiquista Lindefof esteve sólido a defender, mas sem dar muita profundidade, ao contrário do outro lateral, Augustinsson, que deu profundidade mas definiu quase sempre mal os lances. Guidetti foi quase sempre anulado pela defesa Portuguesa, enquanto que Tibbling, que já vinha mostrando qualidade desde que saiu do banco, foi o herói ao marcar o golo ao cair do pano.

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