Melhor 11 sub-20 de 2014-15 (a nível internacional)

Com o fim da época 2014/2015, é a hora de o Visão de Mercado destacar os melhores. Como sempre há critérios para respeitar, como a relação entre o sucesso coletivo e a prestação individual ou o peso e influência que os jogadores tiveram nas suas equipas, para que não ocorram injustiças com aqueles que foram de facto os mais capazes. Posto isto, fica aquele que foi o melhor 11 do Ano a nível Internacional considerando apenas elementos com idade sub-20, ou seja que tenham nascido em ou depois de 1995:

Guarda-Redes: Mouez Hassen (Nice) - O promissor guardião francês realizou 31 jogos este ano (30 no campeonato) numa das posições mais difíceis para os jovens (ainda estão pouco maturados e a experiência é um fator chave). A sua principal característica é a forma como sai da baliza, sendo extremamente rápido a sair aos pés do adversário.

Lateral Direito: Héctor Bellerín (Arsenal) - Tem tudo para ser o melhor lateral direito do mundo num futuro próximo. Ofensivamente tem uma qualidade fora do normal (técnica brilhante e uma capacidade de decisão muito acima da média) e defensivamente, apesar de ainda ter aspectos a melhorar, é um jogador que não compromete. A lesão de Debuchy e o facto de Chambers não ter convencido Wenger levaram-no a tornar-se uma figura indiscutível no 11 do francês, e dificilmente perderá esse estatuto.

Centrais: Tin Jedvaj (Bayer Leverkusen) e Giménez (Atl. Madrid) - Uma dupla de centrais com muito futuro. Jedvaj é um central (que também joga a defesa direito) que apesar de ainda ser intempestivo e cometer faltas desnecessárias (erros que com o tempo vão ser corrigidos), tem já um arsenal bastante completo (é forte defensivamente, sobe bem ao ataque e ainda faz a diferença pelo ar), fazendo lembrar Ramos nos primeiros tempos quando também alternava entre lateral e central. Giménez, por sua vez, é um autêntico muro defensivo e o próximo patrão do Vicente Calderón. Este ano sempre que jogou encantou e deve ter impulsionado de vez uma venda de Miranda, ou até Godín. O que é certo é que há ainda Velásquez (emprestado ao Getafe) e Simeone pode continuar a formar centrais de alto quilate.

Lateral Esquerdo: José Gayá (Valencia) - A fábrica de laterais esquerdos do Mestalla continua a funcionar a todo o gás. Depois de Jordi Alba e Bernat, Gayá assumiu-se na posição e foi uma das figuras da equipa. Um jogador com um perfil muito semelhante ao dos seus antecessores, que faz todo o flanco com uma facilidade impressionante (o facto de ter começado como extremo certamente ajudará). Destacou-se no capítulo das assistências (fez 6) e, apesar de estar a ser muito cobiçado, renovou há poucos dias com o Valência e vai continuar a ser peça chave para Nuno.

Médios Centro: Ozan Tufan (Bursaspor) e Youri Tielemans (Anderlecht) - Dois médios de alta rotação à frente da defesa. Tufan partilha o meio campo do Bursaspor com o conhecido Belluschi (à frente deste duplo pivot atua Josué), é o 2.º jogador com mais jogos e o 4.º com mais minutos na equipa e este ano marcou 3 golos e fez 7 assistências (apenas superado por Sen, que tem 8, na sua equipa). Apesar de ser forte defensivamente e ter qualidade ao nível do passe, Tufan encantou este ano na Liga Turca pela maturidade que apresenta em campo. Com apenas 20 anos já conta com 11 presenças na seleção principal da Turquia. Já Tielemans é bastante mais conhecido dos portugueses. Foi associado ao FC Porto, dado como certo no Atl. Madrid, mas entretanto renovou com o Anderlecht. Pode jogar a 6 e a 10, mas é a 8 que o seu jogo assenta melhor. Gosta de receber a bola vocacionado para o ataque e foi à custa disso que este ano marcou 8 golos em todas as provas. Tendo apenas 18 anos, esta é já a sua segunda época ao mais alto nível na Europa.

Extremo Direito: Santi Mina (Celta de Vigo) - O prodígio que Jorge Mendes já agarrou. Santi Mina começou como suplente do trio Orellana-Nolito-Larrivey, mas acabou a época como dono do corredor direito. Ficou conhecido após o poker frente ao Rayo na goleada por 6-1, mas a verdade é que em 7 jogos (até ao final do campeonato) marcou 7 golos. Irreverente, com faro de golo, mas ainda com algum egoísmo normal da idade e uma falta de preocupação defensiva que ainda tem tempo de ser melhorada, o extremo direito fará parte dos futuros quadros da La Roja.

Extremo Esquerdo: Samu Castillejo (Málaga) - Outro prodígio espanhol. Já mais maturado do que Mina, Samu Castillejo é um extremo que sabe o que tem de fazer em campo. Oferece verticalidade ao corredor esquerdo do Málaga e uma boa capacidade para decidir o que é melhor no último terço. Não tem medo de partir para cima do adversário (à custa disto sobre muitas faltas), ajuda no processo defensivo e no ofensivo destaca-se mais pelo que dá a marcar (5 assistências) do que pelo que marca (apenas 1 tento). 

Avançados: Anthony Martial (AS Mónaco) e Breel Embolo (Basileia) - Potência, velocidade, mas também bastante qualidade técnica. Martial, que começou como suplente de Berbatov, formou com Carrasco e Bernardo Silva um dos melhores tridentes da Ligue 1 e acabou a época como melhor marcador dos monegascos. Descaindo bastante nas alas, foi importante para arrastar os centrais quando os extremos (que jogam com pés trocados relativamente à ala) faziam as suas diagonais. Parte para 2015-16 quase com a garantia que será a figura do ataque do Mónaco e tem tudo para explodir e engordar os seus números. Para o fim fica outro elemento de 1997 (tal como Tielemans). Embolo, que se deu a conhecer no Basileia de Paulo Sousa, junta ao excelente sentido posicional, uma inteligência de movimentos fora do normal para um jovem de 18 anos. Jogou 41 jogos, marcou 17 golos, fez 13 assistências e deu nas vistas na maior montra do futebol europeu, a Liga dos Campeões.

Fábio Teixeira

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