As 11 sensações da época a nível nacional

Todos os anos, novos nomes abandonam o anonimato e passam a ser conhecidos pelo grande público do futebol nacional. Esta época não foi excepção. Por isso, tendo como critérios: Estreia no nosso campeonato ou poucos jogos (menos de 10) até esta época, menos de 24 anos, pouca experiência e potencial demonstrado; o Visão de Mercado indica os 11 jogadores que mais sensação causaram em 2014-15:

Bernard Mensah (Vitória) - O jovem criativo ganês foi um dos destaques na excelente campanha dos vimaranenses, evidência essa vincada na primeira volta (a par de André André e Hernâni foi o elemento em maior foco). A segunda metade da época revelou-se menos produtiva para o jogador, “arrastado” pela quebra colectiva e permuta de sistema tático em algumas partidas. Possuidor de grandes dotes técnicos, Bernard destaca-se pela qualidade de passe, visão de jogo e transporte de bola, virtudes essas que aliadas à idade, clube e empresário colocar-lhe-ão na rota de vários emblemas.

Talisca (Benfica) - Enquanto não apareceu o "fenómeno" Jonas, foram os golos do magro esquerdino que desbloquearam muitas partidas a favor do campeão nacional. Impacto tremendo na 1.ª fase da época (até foi chamado à selecção principal do Brasil), o que permitiu à equipa de Jesus ir consolidando a liderança. Mesmo na Champions a única vitória das águias teve o seu contributo. Será curioso perceber que Talisca vamos ter em 2015-16, o da 1.ª metade do ano ou este último, menos preponderante, a acusar a saída de Enzo e o pouco à vontade em posições como 2.º médio ou extremo. Mas para um jovem de 20 anos, na 1.ª temporada na Europa, marcar 9 golos na Liga, não é um mau cartão de visita.

Dálcio Gomes (Belenenses) - Ala extrovertido, sem medo de pegar na bola e partir para cima dos defesas e com uma velocidade estonteante – assim se define o jovem luso-angolano, que esta época devia ser júnior de 2.º ano. A sua aparição no conjunto principal da Cruz de Cristo levou-o a estrear-se pelas camadas jovens portuguesas, sendo que o seu nome tem sido associado com alguma insistência ao Benfica.

Danilo (Braga) - O internacional pelas camadas jovens da Canarinha obteve um impacto imediato no nosso campeonato, assumindo-se desde logo como um dos 3 melhores médios defensivos do campeonato na primeira metade da época, fazendo uma parelha fantástica com Pedro Tiba. Com boa envergadura física, Danilo não se limita ao momento defensivo e à primeira fase da construção, não sendo por isso raras as vezes em que se envolve na manobra ofensiva no último terço do terreno. Desde uma fase muito precoce que têm-no associado a clubes de nível superior, sendo a Juventus o destino provável referido pela imprensa.

Afonso Figueiredo (Boavista) - Membro integrante da equipa sensação do campeonato (por muitas criticas que se possam apontar ao estilo de jogo, a manutenção garantida com relativa facilidade/naturalidade atendendo às várias circunstâncias é simplesmente notável), o lateral esquerdo notabilizou-se como uma das figuras da equipa (na defesa foi o elemento mais consistente) e já fez por merecer um lugar nos sub 21 de Portugal.

Matheus Magalhães (Braga) - Os bracarenses tiveram alguns problemas na época passada na posição de guarda-redes (Eduardo não deu seguimento à excelente temporada de 2009-2010, revelando-se mesmo um dos “flops” da época passada), mas Kritciuk e Matheus impuseram-se e estabeleceram grande segurança no posto. O jovem brasileiro impressionou pelos enormes reflexos (fica ligado a duas/três das melhores defesas da temporada) e pela regularidade exibicional, projetando-se um futuro brilhante.

Moussa Marega (Maritimo) - Vinha com a responsabilidade de substituir um dos poucos jogadores com índices exibicionais dignos de uma equipa que ambicionava os lugares europeus (Moussa Mazzou) e acabou por não defraudar. Com 7 golos (6 no campeonato) em 14 jogos (12 a titular) assumiu-se como um dos destaques desta segunda volta e da excelente cavalgada final do Marítimo (excetuando os três grandes, o Marítimo é provavelmente a equipa em melhor performance).

Tobias Figueiredo (Sporting) - O empréstimo a uma equipa secundária espanhola na Era Jardim levaram a crer que dificilmente teria sucesso no clube de formação, mas esta época, com Marco Silva, que não teve problemas em dar minutos a um jogador que na época passada tinha sido corrido para a III divisão de Espanha, provou o contrário. Embora alguns erros próprios da idade/imaturidade, Tobias Figueiredo demonstrou ser uma das pérolas do clube e dos poucos no sector com capacidade para chegar a um clube de dimensão inequivocamente superior.

António Xavier (Marítimo) - O extremo formado no Vitória de Guimarães até começou na equipa secundária dos insulares, mas cedo ganhou protagonismo entre o plantel principal. Entre as principais virtudes do extremo português, destacam-se a boa meia distância, a facilidade nos movimentos interiores e a capacidade física.

Rúben Neves (FC Porto) - De forma surpreendente (atendendo aos vários complexos no que toca à aposta nos jovens da formação em Portugal) o médio ainda júnior fixou-se no plantel mais caro em Portugal, tendo várias oportunidades na equipa (só no campeonato foi 23 vezes opção, sendo 10 como titular). A maturidade e simplicidade de processos são dois aspectos a realçar face à tenra idade, sendo que as suas exibições já o levaram a estar nas cogitações da selecção principal (nomeadamente no primeiro terço da temporada).

Jota (Paços de Ferreira) - Iniciando o seu percurso nos juniores dos Castores, soube aproveitar as oportunidades concedidas por Paulo Fonseca ao ponto de se assumir como uma das principais armas da equipa na luta final por um lugar europeu. Tendo já actuado a interior esquerdo, é como avançado que se tem notabilizado, fazendo uso da boa finalização, capacidade de cabeceamento e meia distância.

Tiago Martins

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