O apagão de um candidato à Bola de Ouro, apesar das estatísticas...

Olhando para as estatísticas, seríamos tentados a dizer que Di María não está a fazer uma época assim tão negativa. É o segundo melhor assistente da Premier League, com 10 passes para golo, apenas atrás de Fàbregas e por exemplo muito à frente de Coutinho, que está nomeado para melhor do ano e tem apenas 4 assistências e 4 golos (mais 1 que Angelito). Mas, para além dos números, o argentino pouco deu ao Manchester. De candidato a Bola de Ouro a suplente de Mata e Young, é este o resumo da época de um jogador que foi figura no campeão europeu e que custou 75 milhões de euros. 

Há casos muito estranhos no futebol, quase sem explicação. Di María foi um dos melhores jogadores da época passada, assumindo um protagonismo notável num Real Madrid repleto de figuras. Apesar de ter sido decisivo na conquista do título europeu, a chegada de James ameaçou o seu estatuto na equipa de Ancelotti e a opção foi sair para outro clube. O United chegou-se à frente, pagando 75 milhões de euros para contar com o craque argentino. Mesmo num clube que tinha feito uma temporada claramente negativa, Di María tinha condições para ser uma das estrelas da companhia, num campeonato que, em teoria, beneficiaria o seu futebol. Contudo, a adaptação não correu bem. É certo que a máquina montada por Van Gaal demorou a funcionar correctamente, mas seria de esperar que o argentino tivesse outro impacto na equipa. É curioso que, quando o argentino saiu do 11, após ter sido expulso contra o Arsenal, o United tenha atingido um dos melhores momentos da época. Di María foi suplente nos últimos 4 jogos, e a verdade é que os Red Devils não têm sentido a sua falta. O extremo está muito longe do que mostrou no último ano, e não é apenas por questões futebolísticas; mesmo a nível de confiança parece claramente abalado, sem se conseguir integrar na equipa inglesa. É cedo para dizer o que vai acontecer neste caso, até porque é o primeiro ano no clube, mas não seria a primeira vez que um jogador de topo se eclipsava sem explicação aparente. Veja-se os exemplos de Torres e Kaká.  

T.Cunha

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