Sub-21 desiludem; Jogo pobre onde se notou alguma inércia no momento ofensivo; Rui Jorge apostou em Ricardo a lateral direito, Cancelo foi adaptado à esquerda; Paciência foi a referência no 4-3-3; Rony esteve trapalhão, Bernardo Silva também não acrescentou a criatividade necessária

Nulo diante da Dinamarca no penúltimo teste dos sub-21 de Portugal antes do Europeu da categoria. Um amigável com pouco para contar, apesar de ter colocado frente-a-frente duas equipas que vão estar na República Checa. Os comandados de Rui Jorge dominaram a partida, tiveram mais posse, 15 remates contra 2, mas as oportunidades de golo foram quase nulas. Os jovens lusos estiveram algo apáticos, pouco intensos, não fizeram uso da criatividade, qualidade e velocidade que os caracteriza e acabaram por ser presa fácil para a defensiva dinamarquesa. Na 1.ª parte, Sérgio Oliveira desperdiçou a melhor oportunidade da seleção ao permitir a defesa ao guarda-redes dinamarquês na sequência de um penalti; Enquanto que no 2.º tempo, à excepção de um lance Gonçalo Paciência, que já tinha provocado o penalti, em que o jovem do FC Porto dentro da área conseguiu arranjar espaço para visar a baliza de Jakob Jensen, a incapacidade no momento ofensivo ainda foi mais evidente. A Dinamarca, que praticamente só se limitou a defender, até teve uma excelente oportunidade na 1.ª parte (José Sá respondeu à altura), mas fora isso também contribuiu para o mau espectáculo.

Destaques:

Portugal - Rui Jorge apostou num 4-3-3 com José Sá; Ricardo Pereira, Paulo Oliveira, Tiago Ilori e Rafa Soares; Rúben Neves, Sérgio Oliveira (Cap.) e Bernardo Silva; Rony Lopes, Ivan Cavaleiro e Gonçalo Paciência - Mas não resultou. Rony a extremo direito tomou quase sempre a pior decisão (perdeu quase todos os lances), o meio campo também contribuiu para a pouca fluidez de jogo com muitos passes errados e perdas de bola, e, apesar do domínio, Bernardo (que esteve longe do que pode e sabe... até pareceu algo fatigado) nesta fase com o seu transporte de bola ainda levou a equipa para a frente, os lances ofensivos foram quase nulos. No 2.º tempo o nível de jogo ainda caiu mais. Bruma e Horta também não acrescentaram a velocidade que parecia estar a faltar ao jogo de Portugal, o meio campo acrescentou ainda menos criatividade (Bernardo Silva quase não se viu neste período), e sem ser a coesão da dupla de centrais, Ilori e Oliveira, a segurança de José Sá, quando foi chamado a intervir, e os bons pormenores de Gonçalo Paciência, no pouco espaço que teve, os destaques foram quase nulos. Mesmo numa perspectiva futura não é fácil tirar ilações com base neste jogo. Fica a ideia que Ricardo (um dos melhores hoje), que na qualificação jogou à frente no 4-4-2, passa a contar como lateral direito; Cancelo fez a 2.ª parte a lateral esquerdo (Rafa Soares foi o titular e esteve melhor), o que evidencia a falta de Guerreiro (não tem substituto à altura); No meio campo, Oliveira e Neves precisam de alternativas, hoje estiveram aquém do que podem acrescentar, mas as alternativas eram quase nulas (falta William?); E na frente, entre Rony, Mané, Bruma, Rafa, Horta ou Ivan, ninguém ganhou pontos nesta luta.

Dinamarca - Os nórdicos, apesar de terem tido dois bons remates, nos quais José Sá esteve atento, pouco ou nada produziram ofensivamente e acabaram por se tornar presa fácil para a defesa portuguesa. Cornelius, a estrela do ataque, foi anulado por Ilori (ganhou-lhe sempre nos duelos em velocidade), Falk, médio ofensivo com semelhanças a Danny, também pouco apareceu e com isso a equipa viveu dos extremos, Poulsen e Toutouh, que de vez em quando tentavam levar perigo através da ala, embora não tivessem sido bem sucedidos na maioria das vezes. Defensivamente a equipa não se desposicionou, e o duplo pivot composto por Norgaard e Thomsen foi importante ao não permitir que o meio campo português fosse influente na partida, no entanto faltou mais organização no ataque, algo que teria sido atenuado pela entrada de Lucas Andersen que só acabou por sair do banco já na segunda parte. O melhor da equipa acabaria mesmo por surgir do setor defensivo. Apesar das exibições menos conseguidas dos laterais (deram espaço aos extremos) e de Sorensen, autor da grande penalidade, Vestegaard - à semelhança do que já tem feito no Werder Bremen - dominou o seu espaço, tanto pelos ares, como pelo chão. Já na baliza, Jensen foi o melhor em campo: defendeu uma grande penalidade, tirou um golo a Paciência e mostrou segurança em todos os remates dos jovens lusos.

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