Griezmann não é Neymar; Atlético-Barcelona teve 5 golos na 1ª parte mas confusão ao intervalo sentenciou o jogo; Colchoneros (que terminaram com 9) conseguiram estar duas vezes em vantagem mas sofreram onde são mais fortes

Imagem: Daily Mail
Atlético de Madrid 2-Barcelona 3 (Fernando Torres 1', Raúl Garcia 30'; Neymar 9´, Miranda a.g. 38', Neymar 42')

O Barcelona garantiu a passagem às meias-finais da Taça do Rei ao bater o Atlético de Madrid, com todos os golos do encontro a serem apontados na primeira metade, a qual foi recheada de emoção, intensidade e espectáculo. No entanto, os dois golos dos Catalães ao cair do pano do primeiro tempo e a expulsão de Gabi ao intervalo fizeram com que na segunda parte pouco ou nada acontecesse, para além de mais uma expulsão (de Mário Suárez) e de um feio gesto de Arda Turan, atirando a bota ao árbitro assistente. O jogo abriu praticamente com o golo de Fernando Torres, que logo aos 38 segundos tirou Mascherano do caminho e rematou cruzado, sem hipóteses para Ter Stegen. Com a eliminatória igualada, poderia prever-se um baixar de linhas do conjunto de Simeone, jogando mais na expectativa, mas, aos 9 minutos, os Colchoneros foram apanhados completamente descompensados e Neymar, a passe de Luis Suárez (após excelente pormenor de Messi), não tremeu perante Oblak. Com um fantástico ambiente no Vicente Calderón, o embate estava vibrante, com o conjunto da capital a pressionar alto, obrigando muitas vezes os Culés a bater a bola longa, mas deixando espaço a diversos contra-ataques dos visitantes, algo pouco comum nos campeões de Espanha. Com um Torres absolutamente vertiginoso (nota-se claramente uma recuperação de confiança), Griezmann falhou só perante Ter Stegen (remate fraco), até que aos 30 minutos, o árbitro Gil Manzano assinalou um penalti (fora da área) de Mascherano sobre Juanfran, o qual Raúl Garcia não desperdiçou. Novamente os locais em vantagem, novamente os Blaugrana a marcar da maneira mais improvável. Frente a um dos conjuntos mais fortes do mundo no jogo aéreo, Busquets consegue ganhar a bola ao primeiro poste e Miranda (mais preocupado em agarrar Suárez que com a bola) faz golo na própria baliza. Poucos minutos depois, deu-se um lance decisivo no encontro: Griezmann, em excelente posição, volta falhar (o Atlético ficou a pedir nova Grande Penalidade por mão de Alba), sendo que, em nova transição, Neymar não desperdiçou e praticamente acabou com a eliminatória, que ficou definitivamente decidida quando Gabi, após confusão ao intervalo, foi expulso. Na segunda parte, pouco espectáculo houve, acabando Simeone a poupar Griezmann, Arda e Juanfran para as competições que lhe restam e o Barça a limitar-se a esperar que os minutos passassem.


Destaques:

Atlético de Madrid -
Jogo que acaba por ser atípico para a equipa de Simeone, dado que este conjunto já nos habituou a uma grande maturidade competitiva e capacidade de gerir os diversos momentos do jogo, algo que hoje falhou (após empatar a eliminatória antes do primeiro minuto os Colchoneros não podiam sofrer um golo em transição,  muito menos deitar tudo por terra no fim do primeiro tempo marcando um auto-golo após um canto e permitindo nova transição após oportunidade de golo desperdiçada). Individualmente, Oblak recuperou nesta eliminatória bastante do crédito que havia perdido frente ao Real Madrid (sem culpas nos golos sofridos e com algumas boas intervenções), sendo que na defesa notou-se a ausência do líder Godín (apesar de Siqueira ter tido mérito no primeiro golo, pela forma como se antecipa a Messi. No meio-campo, foram notória as ausências de Tiago (o seu brilhante sentido táctico leva a que a equipa esteja sempre equilibrada, algo que hoje a sua ausência fez notar mais do que nunca- nunca na Era Simeone o Atlético tinha sido tantas vezes apanhado descompensado) e de Koke. Arda Turan protagonizou um gesto muito feio, numa fase de desespero (veremos que consequências terá). Na frente, Griezmann não foi Neymar (tal como na primeira mão, falhou ocasiões que poderiam ter mudado o curso da eliminatória) e Torres voltou a ganhar alguma confiança na sua procura de regressar ao passado, ao apontar um excelente golo que poderia ter mudado o desfecho da partida.

Barcelona - A época passada os Blaugrana em 6 jogos nunca conseguiram bater os Rojiblancos, este ano, em 3 encontros venceram os 3. Luís Enrique, que chegou a ver o seu lugar em risco após a derrota frente à Real Sociedad, ganhou alguma margem com esta eliminatória (a quebra do Real também ajuda a melhorar o estado anímico Culé), sendo o triplete um cenário ainda possível. A grande notícia desta fase da temporada é o excelente nível de Neymar que, dando sequência aos últimos jogos, esteve muito bem, nomeadamente ao nível da finalização (está cada vez mais decisivo). Numa primeira parte na qual o Barcelona, fugindo ao seu registo habitual, foi muitas vezes uma equipa que criou perigo em transições, Suárez melhorou o seu nível, já que se adapta melhor a esse estilo "á Premier League", mais vertiginoso (conseguiu contribuir com bons movimentos e com a assistência para o primeiro golo de Neymar). Messi acrescentou a qualidade habitual ao nível do passe e tomada de decisão, sendo que Macherano teve uma noite menos feliz (errou no primeiro golo e teve uma má abordagem no lance que origina o segundo).

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