Melhor sub-21 de 2014 em Portugal

Há um toque que separa jogadores. Que marca diferenças. Que define qualidade. Que se assemelha a um cartão de apresentação, à forma como alguns dizem quem são. João Mário, o melhor jogador sub-21 de 2014 em Portugal, tem esse toque. Graças a ele e a todo o seu repertório de qualidades, o jovem Leão logrou o seu ano de afirmação, conseguindo chegar ao plantel principal do Sporting e à seleção A.

Mas há 12 meses o futuro do irmão de Wilson Eduardo estava envolto em dúvidas. Após uma excelente época de 2012-2013 na Equipa B, muitos esperavam que o médio tivesse um lugar na equipa principal na temporada seguinte. No entanto, isso não aconteceu. O jogador permaneceu na segunda liga, o que lhe trouxe uma grande desmotivação e levou a um apagão na segunda metade do ano passado. Perante esta situação de estagnação, o jogador foi emprestado ao Vitória de Setúbal em Janeiro. Aí, começou o ano fantástico de João Mário. Aposta de José Couceiro numa equipa com belos elementos como Rafael Martins, Pedro Tiba ou Ricardo Horta, o médio teve, finalmente, continuidade como sénior, o que lhe permitiu granjear excelentes exibições e estar entre os 30 pré-convocados para o Mundial. Após o Verão, deu-se a definitiva chegada ao plantel principal do Sporting, onde tem somado muitos minutos e jogos como titular, permitindo-lhe demonstrar todas as suas capacidades: grande capacidade de passe, excelente a pautar o jogo, jogador capaz de dar perfume ao jogo da equipa, de lhe acrescentar um toque extra de qualidade.

2014 foi um ano importante para João Mário. Ninguém duvida do seu potencial. No entanto, fica a ideia que só quando lhe derem a oportunidade de mandar definitivamente no jogo da equipa, de pautá-lo, jogando mais como segundo médio, mais de frente para o jogo e não tanto como médio mais próximo do ponta-de-lança, atingirá o seu melhor nível. Se a isto juntar uma melhoria na reação à perda de bola, uma maior agressividade e intensidade, tem tudo para chegar a um nível muito alto. Veremos como será o seu futuro, sendo certo que é a prova que a presença dos jovens de grande potencial durante demasiado tempo nas equipas B não faz sentido, revelando-se contraproducente.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar com o VM aqui!): Pedro Barata

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