Craques do Futuro IV: "O Ruud Gullit do Chelsea" (14º)

Como para tudo, é essencial definir critérios. Esta rubrica destina-se a jogadores nascidos em 1995. Os parâmetros de selecção são os feitos dos jogadores até ao momento e, principalmente, o seu potencial e o nível (patamares em termos de projecção Mundial) que poderão atingir no futuro. Mesmo considerando que são seniores de 1º ano ou ainda júniores, já é possível mencionar elementos que nesta fase apresentam algumas destas características.

Nos últimos anos o Chelsea tem recheado a sua formação com jovens talentos oriundos de diversas paragens. Uma das principais figuras, que inclusivamente já é presença regular na equipa principal (algo que, como se sabe, não é para todos), é Nathan Ake. O holandês veio do Feyenoord e impressionou desde logo pelo seu potencial e pelo seu estilo "à Ruud Gullit" (apesar de o antigo jogador do Milan ter características mais ofensivas, são semelhantes fisicamente). A actuar como médio defensivo, posição onde é mais forte, ou como central, sempre se destacou pela polivalência (até já jogou a lateral esquerdo) e pela maturidade acima da média para um jovem. Um jogador completo, com bom sentido posicional e competente nos processos defensivos, mas que consegue perfeitamente desdobrar-se para o ataque, até porque é talentoso do ponto de vista técnico e ao nível do passe, principalmente com o seu pé esquerdo. Em termos físicos sabe impor-se e é bastante agressivo pelo ar, fazendo a diferença também nas bolas paradas ofensivas. Com apenas 19 anos, vem merecendo algumas oportunidades da parte de Mourinho, o que demonstra bem a esperança que o técnico português, que não tem por hábito apostar em jovens, deposita nele (sendo certo que, nesta fase, é impossível ganhar lugar na equipa titular). Se o seu processo de evolução correr como é expectável, Ake irá constituir-se cada vez mais como uma opção válida para o Chelsea (veremos se não sai de Londres, já que tem sido associado a vários clubes) e assumir-se definitivamente como um dos jovens de maior potencial no futebol europeu. Um dos poucos jovens que fugiu aos sucessivos empréstimos, já habituais no clube londrino. 

PS - Há vários talentos holandeses com enorme potencial (apesar de esta não ser das melhores gerações dos últimos anos), mas neste momento não passam de opções de banco nos respectivos clubes. Tonny Vilhena, médio box-to-box perdeu o lugar no Feyenoord, e Anwar El-Ghazi, extremo direito do Ajax, surgiu em grande no início do ano mas já saiu do 11. Richairo Zivkovic também ainda não conseguiu brilhar no clube de Amesterdão, sendo que apenas Ricardo Kishna, outro extremo, tem sido titular. Falando apenas no Chelsea, tem talvez a maior quantidade de talentos sub-19 nesta altura. Ruben Loftus-Cheek, médio box-to-box, Lewis Baker, também médio, Isaiah Brown, extremo/avançado com tudo para ser uma máquina, e Dominic Solanke, avançado que esteve no banco frente ao Crystal Palace e entrou contra o Maribor, têm condições para serem craques no futebol sénior.

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