A 3.ª melhor equipa de França não está ao nível de um "grande" de Portugal; FC Porto controlou o Lille e está praticamente na fase de grupos; Ruben Neves (fez história) esteve em destaque; Maicon foi o "patrão" da defesa, Fabiano o elo mais fraco; Tello voltou a "dizer" que merece mais minutos, num jogo em que Lopetegui "sentou" Quaresma

Lille 0-1 FC Porto (Herrera 61')

O Porto deu um passo importante rumo à fase de grupos da LC, com uma vitória em França sobre o Lille (1-0). Os dragões foram sempre superiores ao terceiro classificado da última Ligue 1, uma equipa bastante competente mas que nunca mostrou argumentos para jogar cara a cara com o conjunto português, e viram Herrera marcar o único golo na segunda parte (logo após a entrada de Tello, que mexeu com o jogo). Rúben Neves (17 anos, cinco meses e oito dias), com a titularidade neste jogo, bateu o recorde de Cristiano Ronaldo e passou a ser o jogador português mais jovem de sempre a jogar na Liga dos Campeões.

A primeira parte foi bastante monótona. Em relação ao último encontro Lopetegui fez entrar Casemiro e sentou Quaresma, de forma a tentar controlar o meio campo. E a verdade é que isso aconteceu, com o Porto a ter a iniciativa de jogo perante um Lille organizado e com o bloco recuado. No entanto, os dragões não tiveram grandes oportunidades (o lance mais perigoso foi um remate de Rúben Neves), vendo os franceses estar perto de marcar na última jogada da primeira parte (Corchia falhou de forma escandalosa). No início da segunda parte o jogo manteve-se na mesma toada, mas a entrada de Tello permitiu que os dragões chegassem ao golo. O espanhol combinou com Rúben Neves na direita e cruzou para Jackson obrigar Enyeama a uma grande defesa, surgindo Herrera para a recarga. Só a partir daqui o Lille tentou atacar (já com Rony em campo), mas a equipa portista respondeu bem defensivamente e conseguiu segurar a vantagem.

Destaques:

FC Porto - Resultado excelente, que deixa abertas as portas da fase de grupos da Liga dos Campeões. O Porto teve muita posse de bola (alta percentagem de posse, e muitos passes efectuados), como parece ser hábito, mas raramente conseguiu criar oportunidades de golo claras. No entanto, a qualidade individual está presente e fez a diferença, como provou Tello (entrou e desequilibrou de imediato). Defensivamente os portistas não deram grandes veleidades aos franceses, controlando os movimentos dos avançados contrários e respondendo bem no período de maior pressão do Lille. Fabiano, praticamente sem intervir, ainda teve duas falhas em dois lances de bola parada; Maicon (com excepção de uma dividida perdida com Origi no fim da 1ª parte, ganhou todos os lances e teve cortes providenciais e de dificuldade elevada) e Indi mostraram competência e não tiveram problemas de maior, tal como Alex Sandro (apenas batido perto do fim) e Danilo, mesmo amarelado desde cedo. O trio de meio-campo teve no jovem Ruben Neves o elemento mais dinâmico, o ainda júnior deu razão a uns tresloucados que defendem que há possibilidade de os jovens terem minutos, e para lá do lance do golo, deu critério na posse, recuperou bolas, e ainda tentou a sua sorte com remates de longe. Casemiro ainda fez alguns passes em profundidade, mas esteve mais em foco no aspecto defensivos, enquanto que Herrera, para lá do golo, pouco deu à equipa. Brahimi, apesar de algumas arrancadas, e Oliver acabaram por ser os elementos menos em foco (embora mostrassem disponibilidade defensiva), já Tello entrou e mostrou no lance do golo que é um extremo de qualidade elevada. Jackson fez um excelente jogo, dando linhas de passe aos colegas; não teve muitos lances de conclusão, mas na única chance de golo que teve acabou por "oferecê-lo" a Herrera. Destaque ainda para Quaresma, que ficou no banco e não pareceu muito motivado quando entrou.

Lille - A abordagem de Girard, claramente a pensar não sofrer golos, não correu bem e agora a tarefa no Dragão será muito complicada. A equipa francesa esteve sempre organizada e foi um osso duro de roer (médios muito fortes na recuperação), mas ofensivamente, muito por culpa de o bloco estar demasiado recuado, foi uma nulidade. Também não se percebeu a opção de retirar Origi, o único que conseguiu criar algumas dificuldades à equipa do Porto. Individualmente, destaque para Kjaer, que foi o patrão da defesa, para Mavuba, que esteve impecável, e para a entrada de Rony Lopes, que agitou o jogo . Kalou esteve muito apagado e não justificou a titularidade.

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