Holanda também humilha o Brasil; Excelente trabalho de Van Gaal premiado com um 3.º lugar; Canarinha voltou a juntar o mau futebol à desorganização (David Luiz esteve novamente em evidência pela negativa)

Brasil 0-3 Holanda (Van Persie 3´g.p., Blind 17´ e Wijnaldum 90´+1)

O Brasil acabou o seu Mundial na 4ª posição, depois de duas humilhações em menos de uma semana. Depois da Alemanha, seguiu-se outra selecção europeia a mostrar organização e qualidade perante a apatia e desorganização táctica brasileira. Louis Van Gaal termina assim a sua ligação à "Laranja Mecânica" de forma brilhante, com um 3º lugar (depois das 3 finais perdidas, este é o melhor resultado da Holanda) e 0 derrotas na competição (5 vitórias e 2 empates). O Brasil esteve melhor que na partida anterior, algo que não evitou nova humilhação e mais 2 recordes negativos: organizador de um Mundial com mais golos sofridos (14) e mais golos sofridos pela "Canarinha" num Mundial (o recorde era de 11, em 1938). David Luiz voltou a ficar mal na fotografia, enquanto Robben e Kuyt estiveram em destaque pelos holandeses. Já o árbitro, foi o protagonista do encontro.

A partida voltou a começar mal para o Brasil, com Thiago Silva a derrubar Robben à entrada da área (mesmo no limite). O árbitro considerou grande penalidade, mas incrivelmente deixou o vermelho no bolso. Van Persie converteu a grande penalidade e colocou a Holanda na frente. Pouco tempo depois, David Luiz alivia um cruzamento para a marca de grande penalidade, onde aparece Blind para fazer o 0-2 (1º golo do esquerdino pela "Laranja Mecânica"). O Brasil tentou reagir e forçou, mas para além de dois lances de bola parada, nunca conseguiu incomodar verdadeiramente Cillessen. No segundo tempo, Ramires ficou perto do 1-2, nunca remate perto do poste, mas a Holanda tinha o jogo controlado. Ainda surgiram alguns contra-ataques perigosos por parte dos holandeses, e foi numa jogada rápida que Wijnaldum fez o 0-3. Robben desmarcou Janmaat que cruzou para o remate certeiro do médio centro.

Holanda - O 3.º lugar sabe a pouco e está longe de ser o que os holandeses pretendiam. Mas observando esta selecção, e como tínhamos indicado nos prognósticos (nem acreditávamos que passassem a fase de grupos), acabar a competição sem sofrer derrotas durante os 90 minutos é extraordinário (já na qualificação tinham esmagado a concorrência). E o mérito é todo de Van Gaal, que pegou numa formação que, apesar de ter uma individualidade muito acima da média (Robben) está longe de ser uma potência, e por pouco não chegou ao sonho. O futuro treinador do Man Utd juntou à organização e mestria táctica, uma capacidade fora do normal de potenciar elementos que neste contexto conseguiram quase ultrapassar-se e realizaram um grande Mundial. Kuyt, ex-avançado centro, foi um dos melhores laterais do Mundial; Vlaar e Stefan de Vrij exibiram-se como poucos centrais nesta competição, Blind foi eficaz em todas as posições, e no geral praticamente todos os elementos cumpriram e deram mais do que provavelmente sabem. Quanto ao jogo com o Brasil, acabou por correr de feição à "Laranja Mecânica". Aos 17' já vencia por 2-0 e depois bastou ter alguma organização defensiva para controlar este Brasil, e basicamente acabou por ser um espelho do que foi a Holanda neste Mundial: organização e um super-Robben na frente. O extremo do Bayern (incrível a quantidade de faltas que sofreu) voltou a realizar uma grande exibição, esteve no lance do 1-0 que decidiu o jogo, fartou-se de correr (parece sempre que vai em 3ª e os adversários em 1º), desequilibrou e é claramente um dos grandes nomes do Brasil 2014.

Brasil - Fica a ideia que este 4º lugar até acabou por ser bom demais para o futebol que a "Canarinha" apresentou. Alemanha e Holanda conseguiram aquilo que Croácia, México e Chile não alcançaram por pouco (estes 3 conjuntos não foram inferiores ao Brasil) e colocaram o organizador da competição numa situação humilhante. Para além de ter sofrido o maior número de golos em Mundiais (14), a selecção de Scolari perdeu 2 jogos oficiais consecutivos em casa, pela 1ª vez na história, e terminou a competição com um saldo de golos de -3 (a única vez que o Brasil tinha ficado "negativo" tinha sido em 1934 e 1966, com -2). Muitos recordes negativos para o país do futebol e para a selecção com mais Mundiais conquistados - veremos se estes números têm algum impacto nas estruturas da CBF. Esta noite, nova derrocada inicial, com dois golos sofridos nos primeiros 20 minutos e muitos erros de palmatória na organização defensiva. Oscar foi dos poucos a tentar remar contra a maré, mas as suas arrancadas deram em... nada. Luiz Gustavo e Paulinho estiveram em evidência, pela negativa, tal como todo o sector defensivo (mau demais para ser verdade). David Luiz continua a não justificar os 50 milhões de euros, voltando a cometer erros de posicionamento graves (hoje ainda ofereceu o 0-2), enquanto William, Ramires e Jô (apostas para esta partida) não fizeram melhor que Bernard, Hulk e Fred na partida frente à Alemanha.

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