Diabos Vermelhos imitam a Argentina

Bélgica 1-0 Rússia (Origi 88')

Quando o colectivo é fraco, as individualidades resolvem. O encontro entre a Bélgica e a Rússia acabou por ter um desfecho semelhante ao do Argentina-Irão: uma jogada individual de Hazard (que esteve desaparecido durante todo o jogo), que assistiu Origi para o único golo do encontro, acabou por dar a segunda vitória e consequente apuramento para os oitavos de final aos Diabos Vermelhos. No entanto, foi mais uma exibição medíocre dos belgas, que para já não estão a corresponder às altas expectativas depositadas à partida para a competição.

Na primeira parte o jogo foi bastante equilibrado e disputado num ritmo elevado, embora não tenha havido grandes ocasiões de golo (apenas um cabeceamento de Kokorin ao lado). Wilmots lançou Fellaini e Mertens, que desequilibraram no último jogo, e o extremo direito foi mesmo o elemento mais perigoso da equipa. Do lado russo, Shatov voltou a estar em bom plano e as melhores jogadas do conjunto de Capello saíram dos seus pés. Na segunda parte, o encontro tornou-se extremamente monótono, com duas equipas mais preocupadas em não perder do que em ganhar. Só nos últimos minutos tivemos lances junto das balizas, com Eschenko a atirar ao lado e, na resposta, a Bélgica a chegar à vitória. Hazard finta um adversário no flanco esquerdo e assiste Origi, que entrou novamente muito bem, para o golo decisivo. Um resultado penalizador para os russos, que, apesar de não terem feito o suficiente para vencer, conseguiram ser ligeiramente superiores aos belgas. 

Bélgica - Inicialmente a equipa até surgiu mais agressiva do que no último encontro, mas foi por pouco tempo. O meio campo voltou a mostrar pouca dinâmica e sobretudo pouca ligação com o ataque, o que, com laterais que não atacam, torna os belgas demasiado dependentes de iniciativas individuais. Nesse capítulo, Mertens foi quem mais se destacou na primeira parte, embora tenha perdido gás no segundo tempo. Hazard fez igual a Messi, não com um golo mas com uma excelente assistência. Já Lukaku (uma nulidade) voltou a perder espaço para Origi, bem mais activo no ataque. Na defesa, Kompany e Van Buyten estiveram impecáveis.

Rússia - A boa organização da equipa acabou por ser prejudicada pela falta de rasgo no ataque. Só Shatov, médio talentoso, foi capaz de desequilibrar, seja através do passe ou da condução de bola. Kannunikov entrou para o 11 mas passou ao lado do jogo, bem como Samedov. Fayzulin também teve pouco impacto, ao contrário de Glushakov, médio mais recuado que esteve eficaz a destruir e que se integrou bem no ataque na recta final. Destaque ainda para o receio de Capello, que mexeu tarde e não teve ambição para querer ganhar o jogo. Kerzhakov só entrou já com a equipa a perder e a saída de Shatov por Dzagoev também não se percebeu. O seleccionador mais bem pago do Mundial corre sérios riscos de ir para casa já nesta fase.

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