Campeã do Mundo humilhada pela Holanda; Espanha até esteve na liderança (Diego Costa ganhou um penalti) mas erros defensivos foram fatais (Casillas comprometeu, centrais também não ajudaram); Van Persie e Robben (que já levam 3 Mundiais seguidos a marcar) destacaram-se, Janmaat e Blind também estiveram em evidência, mas foi a táctica de Van Gaal a fazer a diferença; Pouco Iniesta na La Roja (Xavi é cada vez menos influente)

Espanha 1-5 Holanda (Alonso 27' g.p.; Van Persie 44' e 72', Robben 53' e 80', e de Vrij 64')

Que lição de Van Gaal! Espectacular vitória da Holanda frente aos campeões do Mundo, no 1º jogo do grupo B. Num encontro que colocou frente-a-frente os 2 finalistas do Mundial 2010, a La Roja até esteve a ganhar mas acabou goleada. Mérito do seleccionador holandês, que soube escamotear bem as lacunas defensivas da sua equipa e picar a Espanha onde é mais débil, e das suas individualidades acima da média, como Van Persie (bisou, o 1º foi um golaço) e Robben (com a sua velocidade vergou a defesa espanhola).

Quanto ao jogo, as semelhanças com a final de 2010 ocorreram apenas quando Sneijder logo a abrir, isolado, permitiu a defesa de Casillas (Robben na África do Sul também tinha perdoado). Apesar desse lance inicial, o domínio na 1ª parte pertenceu à Espanha. Diego Costa ia aproveitando a profundidade e num desses lances ganhou o penalti (algo discutível) que deu o 1-0 (Alonso não perdoou). Os espanhóis continuavam melhores e Silva falhou isolado o 2-0. O problema é que na jogada seguinte Van Persie de cabeça depois de uma assistência de Blind, num lance espectacular, fez o empate. E o jogo mudou. Na 2ª parte só deu mesmo Holanda, Robben aproveitou uma das muitas falhas da defesa espanhola e fez o 2-1, pouco depois na sequência de um livre (Casillas esteve mal na fotografia, mas também pareceu carregado) foi de Vrij a ampliar. A Espanha estava completamente perdida e para ajudar à festa Casillas ofereceu o 4-1 a Van Persie. O triunfo já não fugia a Holanda, mas ainda deu para Robben, numa transição, deixar Ramos nas "covas" e fazer o 5-1 final. Nos últimos minutos a Holanda ainda podia ter ampliado o marcador, mas houve algum individualismo (Casillas também respondeu bem). Também a Espanha teve uma excelente oportunidade, mas Torres, de baliza aberta, foi demasiado lento e permitiu o corte.

Destaques:

Espanha - Vai começar o debate do "o Tiki-Taka morreu", porquê Azpiliculeta em vez de Carvajal, porquê insistir em Casillas quando nem é titular no Real, Diego Costa não se adapta a este estilo, etc. Mas já em 2010 a La Roja começou a perder e depois deu a volta e foi campeã, por isso é melhor guardar este tipo de balanços para daqui a umas semanas. No entanto, há dados indiscutíveis, este resultado pressiona bastante a Espanha e mesmo que a La Roja vença os 2 próximos jogos não deve escapar a um embate frente ao Brasil logo nos oitavos. Por outro lado, custa perceber a insistência em Xavi quando há 2 anos que está em sub-rendimento e Koke tem estado melhor, Casillas é outro problema, mas esse parece difícil de ultrapassar. Quanto ao jogo de hoje, boas indicações de Silva e Iniesta na 1ª parte, a Espanha mandou quando os 2 "magos" apareceram, mas o problema, é que à semelhança do resto da equipa desaparecem cedo (Xavi esse nem se viu). O outro problema, é que a defesa, que parecia sempre insuperável, tremeu por todo o lado. Piqué e Ramos tiveram culpas claras em 3 golos e ainda deram espaço para mais situações de finalização.

Holanda - Muito mérito de Van Gaal neste triunfo. A defesa com 3 centrais resultou, nem sempre a 100% mas no geral a equipa esteve mais segura do que é costume. E depois, o envolvimento dos laterais e as transições foram determinantes. A nível individual, é uma espécie de cliché mas é verdade: Robben e Van Persie quando estão bem fisicamente são dos melhores do Mundo e conseguem desequilibrar qualquer defesa, foi o que fizeram hoje, ambos bisaram (já levam 3 mundiais seguidos a facturar) e ainda criaram mais situações para marcar (RVP atirou à barra, Robben foi algo egoísta em 2 lances). Destaque igualmente para o excelente jogo dos laterais Janmaat e Blind (bem na defesa, ainda conseguiram equilibrar a batalhar no meio campo e o lateral esquerdo fez uma excelente assistência para o 1-0), Vlaar no centro da defesa também foi intransponível. Mas no geral foi uma excelente exibição de toda a equipa (Guzman e Sneijder foram os mais discretos). Quanto ao futuro, com este resultado parece claro que a Laranja mecânica está nos oitavos-de-final (a Austrália é acessível), resta saber se passa em 1º ou em 2º. 

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