Sai um algarvio, entra outro?

A viagem dos campeonatos profissionais já vai longa e estamos a entrar no momento das decisões. Na I Liga, e entrando no campeonato das despromoções, há um nome que salta à vista: Olhanense. Uma época mal planeada e estruturada, que aliada aos já antigos problemas financeiros, levou a que o clube do Sotavento Algarvio seja apontado por todos como o principal, ou um dos principais, candidatos à descida de divisão. Continuando no Algarve, e se andarmos uns quilómetros para Oeste, no Barlavento Algarvio encontramos um clube que entra na fase decisiva da época como um dos principais candidatos à subida de divisão, de seu nome Portimonense.

Olhando para a classificação actual da II Liga, constata-se algo que foge à regra do que tem sido este campeonato nos últimos anos: esta época não há nenhum “bicho-papão” que domine a seu belo prazer. Moreirense, Penafiel e o já referido Portimonense apresentam-se como os candidatos mais fortes à promoção, sendo que deste grupo não se pode excluir os Desportivos, o das Aves e o de Chaves. Analisando o plantel do Portimonense, e excluindo as equipas B’s dos 3 grandes e o Moreirense, que investiu forte para esta época, constata-se que este possui, provavelmente, um dos plantéis mais fortes e mais rico em alternativas de toda a II Liga. Podíamos referir o capitão do Portimonense Ricardo Pessoa, jogador experiente e muito regular; o jovem central Rui Correia, que em época de estreia nos campeonatos profissionais tem sido um dos esteios da defesa algarvia; o médio todo-o-terreno Semedo (emprestado pelo Marítimo); o nº10 Fabrício, jogador com muita qualidade; Zambujo, um extremo bastante rápido e incisivo, ou Dyego Sousa, ponta-de-lança que tem vindo a subir de forma nos últimos jogos. A estes podem-se acrescentar os reforços de Inverno: os que já contam com anteriores passagens no clube, como o possante Alhassan Wakaso (médio emprestado pelo Rio Ave) ou Diogo Melo, jogador que era titular no meio-campo da Académica vencedora da Taça de Portugal; e o estreante Mazola, extremo rápido e potente, que assinou um contrato de longa duração com o clube algarvio (4 épocas e meia). Mas se há um nome que salta à vista dos outros todos, é o do japonês Mu Kanazaki. O médio emprestado pelos alemães do Nuremberga tem sido o elemento mais da equipa, apresentado uma intensidade e uma qualidade de jogo acima da média, demasiado grande para estarem confinadas a um campeonato secundário. Estando o Portimonense em ano de centenário, aquilo que a direcção e adeptos da equipa de Portimão mais desejam é a conquista do objectivo, não assumido ao início, da subida de divisão. As contas fazem-se no fim e por enquanto está em lugar de playoff. Mas sabendo que há uma grande concentração de equipas do principal escalão no Norte do País, o clube algarvio pode ter um papel importante no equilíbrio entre equipas de Norte e Sul do mesmo.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Filipe Gonçalves

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