Montero, o goleador que permite ao Sporting sonhar

Num passado não muito distante limitámo-nos a olhar para a estatística de Fredy “Krueger” Montero, e para os campeonatos poucos competitivos onde aquela havia sido alcançada, para nos arvorarmos em torno dos tadeias e dos freitas lobos da nossa praça e tratarmos de vaticinar como flop mais um das contratações de Bruno de Carvalho e seus pares. Outros preferiram apontar para Ghilas, apelidando com todos os nomes possíveis e imaginários a incapacidade do clube leonino em contratar um das melhores revelações da época transata e deixá-lo viajar rumo à cidade invicta.

Atualmente engolimos em seco e realizamos lobotomias parciais em vãos de escada para esquecer que o futebol não é uma ciência exata, e muito menos FM em real mode e principalmente que o que ontem era mentira hoje é verdade.

Olhando para o percurso recente de Fredy Montero, observa-se um goleador nato, obcecado pela linha do fora do jogo, como quem se diverte em jogar nos limites ao melhor estilo de Pippo Inzaghi (igualmente rato); poderíamos pensar que ficariam por aqui as qualidades do pequeno grande jogador, mas soma-se a isso uma técnica normalmente proibida a quem joga nos últimos 20 metros de terreno, já que terminam invariavelmente por jogar como centro campistas. Só que o colombiano além dos pés de fada que lhe permitem segurar o esférico, rodar sobre si próprio e partir os rins do adversário em cima da já citada linha do fora do jogo (e dentro de cabines telefónicas), tem aquilo que só os mais predestinados almejam, uma capacidade contranatura e non sense de finalizar de toda a forma e feitio. Um autêntico mete nojo para os defesas cá do burgo.

A somar a tudo isto, como se não bastasse, não transporta tiques de vedeta, corre o jogo todo, disputa cada lance como se a sua vida dependesse disso, e tem uma potência de remate de fora de área de fazer corar de vergonha Mário Jardel, Liedson ou Wolfswinkel.

Até onde irá o percurso deste genial jogador? O céu é o limite ou tratar-se-á de sorte de principiante? Quantos Fredy Monteros andarão escondidos por esse mundo fora à espera de serem resgatados e trazidos para os principais campeonatos europeus, único sítio do planeta onde o futebol realmente conta e que permite ficar na história?

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): Sérgio Tomás

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