Danilo e Alex Sandro, 28 milhões de euros que fazem toda a diferença

Não explicam tudo, mas todos preferem a autenticidade e fiabilidade de uma marca com selo de qualidade à inferior categoria de um produto de marca branca.

Chegaram a conta-gotas, assumiram-se com timings díspares, mas partilham o facto inoxidável do Relatório e Contas do FC Porto: o clube azul e branco reforçou as laterais de forma inequívoca, com todos os custos que isso acarreta. Danilo e Alex Sandro, dois ex-meninos bonitos de Vila Belmiro são, no dia de hoje, uma das razões para o retumbante sucesso dos dragões internamente. Primeiramente introduzidos por Vítor Pereira - Danilo pegou de estaca, Alex Sandro aproveitou a impertinência de Álvaro Pereira - os dois jovens oriundos do Santos entraram de forma tímida na equipa, pressionados pelo alto valor neles investido. Se as ideias do agora treinador emigrado na Arábia Saudita não potenciavam um talento que estava à vista de todos, a nova esquematização táctica introduzida por Paulo Fonseca (ainda longe de ter a sequência desejada) é a cara dos dois laterais, que aproveitam a falta de extremos (na prática, a juntar à nova função de Fernando como 'terceiro' central em manobra defensiva) da máquina portista para rasgar em direcção à baliza contrária.

Se analisarmos as soluções nos corredores dos plantéis das equipas mais pujantes do Velho Continente, rapidamente se percebe que a dupla apenas pode perder para aquelas ao serviço de emblemas como o Barcelona ou Bayern Munique, com a atenuante de se tratarem de equipas com capacidade financeira de contratar produtos acabados, como são Daniel Alves, Jordi Alba ou Lahm. Contrariamente ao indiciado pelos números (Danilo custou 17.8, A.Sandro 10.3), a idade olímpica dos dois jogadores oferece-lhes uma margem de evolução teórica que os colocará, se não houver desvios de percurso, como dois dos melhores defesas-laterais a actuar na Europa nos próximos anos, se é que já não estão nessa categoria (além dos citados, pode-se juntar Alaba, Marcelo, Lichsteiner, Zabaleta e pouco mais: é do conhecimento comum a dificuldade acrescida em encontrar elementos de valia superior nas laterais).

Os números não entram em campo, mas não podem ser indissociáveis do peso que tem nas conquistas internas do FC Porto. Com um impacto diferente nas várias competições que envolvem os dragões (na Liga dos Campeões ainda não tão visível), é certo, mas internamente estão a anos-luz das soluções apresentadas por Benfica e Sporting.

Visão do Leitor (perceba melhor como pode colaborar no VM aqui!): A.Borges

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