Paços perde novamente com o Zenit e é eliminado; Castores voltaram a realizar uma óptima exibição e não mereciam números tão pesados; Vítor e Danny (bisou, um dos golos foi do outro mundo) foram os destaques da partida

Zenit 4-2 P.Ferreira (Danny 29' e 48, Bukharov 66' e Arshavin g.p. 78'; Manuel José 67' e Carlão 83')

O Paços de Ferreira deslocou-se à Rússia praticamente sem hipóteses de passar a eliminatória. Jogando pelo orgulho, os castores voltaram a bater-se extremamente bem com o Zenit, conjunto visivelmente superior. A derrota por 4-2 acaba por ser explicada pelo desperdício de demasiadas oportunidades de golo e por erros defensivos inacreditáveis para este nível de exigência. Vítor foi o melhor jogador pacense e merece outros palcos; Danny esteve em destaque do lado russo, nomeadamente com um golo de génio.

Foi uma partida aberta, com muitos erros de parte a parte, que originaram imensas ocasiões de golo. O Paços entrou com sem receios, com as linhas subidas, ficando perto de marcar por intermédio de Carlão (isolado, rematou à malha lateral). O Zenit jogava sem grandes mudanças de velocidade, que quando aconteceram culminaram no primeiro golo do encontro. Smolnikov subiu pelo flanco esquerdo e assistiu Danny que, vindo de trás, tirou um adversário do caminho e rematou para o fundo das redes de Degrá. Até ao intervalo, os castores tentaram responder, mas sem eficácia.

A segunda parte teve maior domínio do conjunto de Spaletti. Logo a abrir, Danny marcou um golaço de chapéu numa grande jogada individual, o que deu maior tranquilidade aos russos. A entrada de Arshavin, que veio dar maior velocidade ao ataque da equipa da casa, bem como o avolumar do marcador, acabaram por desmoralizar o Paços. O 3-0 surgiu de um passe errado de André Leão, bem aproveitado pelo Zenit, que desenvolveu uma jogada rápida concluída por Bukharov de cabeça. Na resposta, alguma justiça no marcador, com o golo do emblema português. Manuel José remata de fora da área e Lodygin é traído pela trajectória da bola. Até final, mais um golo para cada lado: Arshavin ganhou e concretizou uma grande penalidade; Carlão bateu Neto nas alturas após um belo cruzamento de Caetano (excelente entrada). O azarado Vítor ainda atirou ao poste na cobrança de um livre directo. Em suma, o desfecho esperado, com um agregado claramente exagerado.

Destaques:

Paços - Nada se pode apontar ao emblema português. Lutou com as armas que tinha, nunca baixou os braços e acima de tudo tentou mostrar bom futebol. Mas não se podem cometer tantos erros defensivos, muito menos desperdiçar tantas oportunidades de golo em jogos com adversários deste calibre. Na partida de hoje, excelente entrada da equipa, sem receio de ter bola - excepto o sector defensivo, Ricardo e Grégory erraram bastante passes que originaram situações de golo; Bukharov foi bem controlado neste período -, Vítor a assumir a criação ofensiva e Carlão a segurar e a esperar pela aproximação dos companheiros (pena alguma ineficácia). Romeu e André Leão (jogo bem mais conseguido do que no Dragão) caíam em cima dos médios russos, não dando muito tempo para pensar. Hurtado dava-se ao jogo, Manuel José revelava assertividade e os dois laterais subiam sempre que possível. Na segunda parte, fruto do desgaste e do resultado, a produção da turma de Costinha baixou consideravelmente e vários jogadores perderam influência. No último quarto de hora o Paços voltou a estar por cima, beneficiando da excelente entrada de Caetano. Vítor teve vários lances de génio, assistiu e tentou o golo, que acabaria por não acontecer.

Costinha - Quem olhar apenas para os resultados, vai de imediato condenar o técnico ao fracasso. São quatro derrotas em quatro encontro oficiais - e vêm ai Porto e Benfica -, mas há que ter em conta que os resultados com Braga (onde de facto a equipa apresentou um rendimento muito fraco) e Zenit acabam por ser "normais". Com o Olhanense, foi um erro individual de Ricardo que acabou por ditar a derrota, num jogo em que houve muita infelicidade (várias bolas nos ferros). Se tivermos em conta que Costinha começou agora a trabalhar, numa equipa que perdeu vários jogadores importantes em relação à época passada, é injusto classificar desde já o trabalho do "Ministro". A verdade é que o Paços tem praticado um futebol bastante positivo (como tinha feito o Beira-Mar na época passada), mostrando várias soluções ofensivas. Tem tido algum azar nos detalhes. É certo que a possibilidade de entrar com 6 derrotas é muito grande, o que vai arruinar a confiança da equipa. Estamos em Portugal, onde a paciência para com os treinadores não costuma ser muita, mas na nossa opinião, é esperar para ver o que Costinha consegue mostrar contra adversários do seu campeonato (o terceiro lugar da última época certamente não se vai repetir).

Vítor - Muito, muito acima da média. Pena que tenha surgido tão tarde. Mais uma prova de que, por vezes, basta apostar nos jogadores para que eles dêem o salto qualitativo. Será uma perda enorme para o Paços caso o seu médio ofensivo deixe o clube. Uma qualidade técnica brutal, recepção e controlo de bola com os dois pés, temporização e capacidade de decisão.

Zenit - Deu a ideia de que os russos entraram com a certeza de que a eliminatória estava decidida e que era apenas uma questão de tempo até os golos surgirem. E assim foi. A maior qualidade individual voltou a compensar alguma falta de concentração e intensidade. Danny foi a figura da equipa, acrescentando velocidade e capacidade de finalizar; Witsel esteve a bom nível; Smolnikov deu muita profundidade ao lado esquerdo; Neto vinha estando certinho, até se deixar bater por Carlão no lance do golo; e Arshavin entrou para dar alguma dinâmica ao ataque. 

Etiquetas: , ,