Objectivo cumprido. Portugal derrotou a Holanda e está com um pé nas meias-finais (basta a Espanha cumprir nos seus jogos, ou a selecção nacional não vacilar perante a modesta Lituânia). Uma goleada que espelha a diferença entre as duas equipas (esta Holanda sem alguns jogadores importantes é bastante inferior à nossa selecção), mas que não traduz o que se passou em campo, Portugal, talvez por perceber que era superior (faz parte da nossa essência), depois do 1-0 (boa cabeçada de Guedes) e de bons 30m iniciais (Bernardo ia espalhando magia, na esquerda Rafa com a sua profundidade era um perigo constante) adormeceu por completo, podia ter sofrido várias vezes o empate (não fosse Tobias a dominar o sector defensivo), e acabou por fazer o 2-0 numa fase em que não o merecia e fruto de um erro defensivo dos holandeses (mérito também para a insistência de Leandro). Depois do 2-0, a Holanda baixou os braços e já perto do fim Portugal engordou o marcador (por Horta e novamente Guedes). Curiosamente, coube à Laranja Mecânica, o melhor golo do encontro, nos descontos, um míssil de Vloet não deu hipóteses a Varela.
Destaques:
Portugal - Resultado excelente, já a exibição deve merecer uma reflexão. Nos primeiros 30m a boa circulação de bola deu à selecção o domínio do jogo, mas a maneira como a equipa adormeceu durante 40m é inadmissível e perante outro adversário teria sido fatal (valeu a nossa estranha eficácia). Quanto à valia dos nossos elementos, não surpreende, já tinham sido destacados pelo VM anteriormente (
ler aqui), aliás, vão ser estes elementos que em 2013-14 vão brilhar na II Liga ao serviço das equipas B, mas continuamos à espera de mais, principalmente
Rony (a extremo rende muito menos) e
Hélder Costa (pouco influente) tem estado aquém do que podem produzir (hoje voltaram a estar "apagados").
Tobias Figueiredo - Iê (desta vez a central) também cumpriu, mas o jovem central do Sporting esteve imperial. No jogo aéreo, pelo chão, nas dobras, fez uma exibição quase perfeita a fazer lembrar a sua referência, Bruno Alves. Esta época deve ser um dos pilares do Sporting B, mas em pouco tempo vai chegar à equipa principal dos leões.
Cancelo/Rafa - Novamente melhores a atacar do que a defender, voltaram a destacar-se pela profundidade que deram aos seus corredores. O lateral esquerdo esteve particularmente em destaque ao juntar a essa dinâmica ofensiva duas assistências (excelente técnica a cruzar). Se continuarem a evoluir, serão certamente o futuro da nossa selecção principal (tem tudo, altura, técnica e uma grande capacidade física).
Leandro Silva/ Podstawski - O 1º marcou e com esse golo matou o jogo, mas quem esteve em destaque foi mesmo o jovem com ascendência polaca. Recuperou inúmeras bolas, equilibrou sempre a equipa, deu qualidade à posse de bola e foi um pilar importante na selecção nacional (apesar de ser apenas de 1995 devia merecer já uma oportunidade na equipa B do FC Porto em 2013-14).
Alexandre Guedes - Jogo muito semelhante ao que realizou frente à Espanha, deu-se sempre ao jogo, pressionou a defesa contrária, segurou bolas, esperou pelos apoios e emprestou sempre a sua disponibilidade física à frente de ataque (basicamente as características de um avançado moderno), a diferença esteve na eficácia. Ao contrário do que tinha feito frente à La Roja (desperdiçou 3 boas oportunidades) hoje não perdoou e bisou com 2 golos de cabeça.
Bernardo Silva - Voltou a espalhar magia. Já tinha sido o melhor no 1º jogo e hoje o melhor futebol que Portugal apresentou foi quando a bola passou pelos seus pés. Um médio raro, pela sua técnica, visão de jogo e maneira como joga de cabeça levantada, uma espécie de Aimar português que deve merecer por parte do Benfica uma atenção especial (um talento como este não aparece todos os dias).