A Doyen Sports, um fundo de investimento sediado em Malta, que detém 33,3% do passe de Defour e Mangala, 35% de Labyad e 75% de Rojo, anunciou que possuiu 80% dos direitos económicos de Ola John. O acordo com os encarnados já foi estabelecido depois da contratação do holandês por parte do Benfica. Resta saber por quanto o clube da Luz vendeu esses 80% (recordamos que pagou entre 8 a 9 milhões de euros pelo extremo).
VM - Esperemos pelos próximos Relatório e Contas, que prometem mais algumas revelações "bombásticas" (não que esta "história" das percentagens seja propriamente uma novidade). Mas do que é público, estes 20% de Ola John é a menor percentagem que um "grande" detém de um jogador. O Sporting tem apenas 25% de 3 jogadores (Rubio, Rojo e André Santos), vários na casa dos 30% (os principais activos do clube leonino), enquanto que o Porto detém 40% de Walter, 49% de Iturbe e 55% de James (são os 3 activos com as percentagens mais baixas). Uma situação absurda, que deixa os clubes cada vez mais reféns destes fundos "misteriosos". Não faz sentido uma equipa ter menos de 50% do passe de um jogador, chegarmos ao ponto dos 20% é ridículo. No entanto, é importante deixar uma nota: neste capítulo dos fundos, a questão não é apenas a % que os clubes detém, mas igualmente (e talvez principalmente) os valores de venda dos direitos económicos. Neste sentido, o clube da Luz vendeu 25% de Roderick por 2 milhões de euros, 40% de Shaffer por 1,4, e tinha vendido 20% de Javi por 3,4 milhões. Por sua vez, o Porto vendeu por exemplo 25% de Walter por 2,1 milhões. Já o Sporting transaccionou 50% de Wolfswinkel por 2,5 milhões, e 20% de Capel por 900 mil euros. Também neste âmbito águias e dragões demonstram uma diferente aptidão em relação aos leões.
Até que ponto estas parcerias com os fundos são necessárias para que os nossos clubes continuem competitivos em termos internacionais? É urgente haver uma legislação que proíba as equipas de terem menos de 50 dos direitos económicos de um jogador? Será interessante perceber como é que os clubes vão gerir isto no futuro (quando as % dos passes estiverem em posse de fundos estranhos). Por exemplo na Premier League, que é o principal mercado da actualidade, não são permitidas transferências envolvendo a participação de terceiros nos passes dos jogadores.
