Não é Simão, Dani, muito menos Futre ou Figo, aliás já tem 23 anos (não é propriamente um jovem ou uma promessa) e está a iniciar a sua 6ª época no futebol sénior (apenas por uma vez, e na última, fez uma temporada aceitável), mas dado o destaque que tem tido nos últimos 3 meses (foi o principal protagonista nos jornais desportivos portugueses e blogues de índole leonina), mais parece que Adrien Silva é o principal valor da formação do Sporting das últimas décadas. Também não é o único elemento dos quadros leoninos que está em final de contrato (Cédric, Pereirinha, Patrício e Carriço terminam igualmente o seu vínculo em 2013), o que faz de todo este destaque um estranho "fenómeno". Talvez explicado pelo interesse concreto de Benfica e FC Porto no médio, natural dada a valia do nº8/10 e por escassearem médios portugueses de qualidade, mas peculiar por ser proibido pela FIFA assediar um jogador com contrato (no caso de Adrien só pode ser abordado a partir de dia 1 de Janeiro de 2013). A verdade é que a imprensa portuguesa pela maneira como alimentou toda esta situação está a proporcionar pelo menos um divórcio entre os adeptos leoninos e o médio, algo que nem é muito complicado pois no passado (até recente) elementos (que nem estiveram envolvidos em questões contratuais) como Veloso, Patrício, Nani e Djaló foram alvo de uma pressão constante por parte dos sportinguistas (com Adrien a perspectiva é que o "clima" tenha ainda contornos "mais complicados").
Ora, considerando todo este cenário e acreditando nas recentes declarações do advogado de Adrien, uma solução pacífica podia passar pela transferência do médio (80% do seu passe) para o FC Porto por troca com os direitos desportivos mais 50% dos passes de Kléber, Sapunaru e Belluschi. Na teoria pode parecer uma transferência descabida (trocar 1 jogador por 3), mas é claramente uma hipótese que beneficia as duas partes. Adrien é superior a Defour (que custou aos azuis e brancos 6 milhões de euros), e por outro lado dada a situação de mercado de Sapunaru, Belluschi (estão a treinar à parte) e Kléber (passou a ser a 2ª opção no ataque em Janeiro com a chegada de Janko, e depois disso já chegou Jackson, o que faz do brasileiro apenas o 3º avançado do plantel azul e branco), o Porto não só se libertava de 2 salários avultados, como poderia (caso os 3 se valorizassem...o que sem jogarem não vai acontecer no Dragão) conseguir um encaixe financeiro no futuro (devido a ficar com 50% dos seus passes). Na perspectiva do Sporting, transferia (é certo que a custo zero, mas ficando com 20% do passe) um elemento que está num momento peculiar e colmatava 3 lacunas: Sapunaru é muito superior a Cedric e Pereirinha, os leões não tem nenhum médio com o transporte de bola de Belluschi, e Kléber é o "pinheiro" que falta ao elenco leonino.
"Visão do Leitor": Ricardo Teixeira