Campeonato da Europa de Sub-17

Terminou neste Domingo o Campeonato da Europa de Sub-17, que se realizou na Sérvia. Sem a presença de Portugal, da Espanha e da campeã mundial Suiça, assistiu-se a um torneio bem disputado, com muitos golos, e uma Holanda demolidora a sagrar-se campeã pela primeira vez neste escalão. Para o Mundial que decorrerá no México no próximo Verão, conseguiram o apuramento a Holanda, a Alemanha, a Dinamarca, a Inglaterra, a Rep.Checa e ainda a França.

Grupo A

A grande sensação da primeira fase da prova foi a Dinamarca. O país escandinavo apresentou-se em prova com uma equipa muito competente a nível defensivo, contando com jogadores de grande qualidade técnica na frente de ataque - destaque para Christian Norgaard, Viktor Fischer e o fortíssimo fisicamente Kenneth Zohore (familiar de Didier Drogba). Venceu o Grupo A facilmente, somando vitórias em todos os jogos realizados. Quem também se apurou para as meias-finais foi a Inglaterra. Os britânicos chegaram a esta prova como campeões em título, mas nunca demonstraram verdadeiramente que pudessem reeditar esse triunfo. A ausência de um criativo no meio campo continua a ser um dos principais problemas da equipa. Ainda assim, uma vitória sobre a anfitriã Sérvia na última jornada garantiu a passagem à fase seguinte. Na terceira posição ficou a França. Provavelmente mereceria mais o apuramento do que a Inglaterra, contudo, a ineficácia na finalização frente à Dinamarca, que poupou jogadores, impediu que promessas como Abdallah Yaisien ou Sébastien Haller pudessem continuar em prova. No último lugar, a Sérvia, que apesar de jogar em casa, foi incapaz de contrariar a forte oposição, saindo derrotada no último encontro por 3-0 frente à Inglaterra.

Grupo B

A Holanda dominou por completo o grupo. Ao contrário do habitual, a selecção do país das tulipas demonstrou grande consistência defensiva, com uma dupla de centrais fortíssima (Terence Kongolo e Karim Rekik, não sofrendo qualquer golo nos 3 jogos. Na frente, jogadores muito dotados tecnicamente, como Memphis Depay, Anass Achahbar ou Tonny Trindade. Destaque ainda para a grande maioria de jogadores do Feyenoord, contrastando com os apenas 2 pertencentes aos quadros do Ajax. Em segundo, ficou a Alemanha, que chegou a esta competição como uma das grandes favoritas, mas que teve grandes dificuldades para seguir em frente. Muitas fragilidades defensivas e alguns problemas em termos de finalização colocaram os germânicos a depender de terceiros para chegarem às meias-finais. O apuramento foi mesmo conseguido, principalmente graças à acção de Samed Yesil, com Emre Can a assumir-se como o patrão do meio campo, numa selecção composta maioritariamente por jogadores de origem turca. Em terceiro, ficou a Rep.Checa. A equipa estava no segundo posto à entrada para a última jornada, porém, não conseguiu derrotar a Holanda e seguir em frente. Uma equipa que vale pelo colectivo, mas de destacar o guarda-redes Lukás Zima, que defendeu 2 penaltis frente à Alemanha, e Petr Nerad. Em último, a Roménia, equipa sem grandes destaque em termos individuais.

Fase Final

Contrariando as expectativas, a Alemanha derrotou a Dinamarca por 2-0 nas meias-finais. Com muita sorte à mistura (primeiro golo surge após um desvio na barreira), e um proteccionismo escandaloso por parte da arbitragem (penalti por marcar a favor dos nórdicos quando o resultado estava empatado, e o segundo golo obtido à Maradona, entenda-se, com a mão). No outro jogo, a Holanda não teve grandes dificuldades em vencer a Inglaterra, selecção que nunca demonstrou capacidade para chegar perto da baliza de De Jong por 1-0. Na final, reeditando o duelo decisivo de 2009, Holanda e Alemanha proporcionaram um grande jogo de futebol, com grandes golos, e muitas movimentações ofensivas brilhantes. O resultado foi algo desequilibrado (5-2 a favor da "Laranja Mecânica"), mas os germânicos conseguiram estar a vencer por duas vezes. Na segunda parte, Depay e Tonny Trindade estiveram completamente endiabrados e deitaram por completo as esperanças da "Mannschaft". Em suma, vitória justíssima da selecção holandesa, que terminou com a melhor defesa e o melhor ataque da competição, que apresentou um colectivo forte e jogadores que prometem dar que falar num futuro próximo. De destacar também a participação da Dinamarca, que surpreendeu na fase de grupos e foi eliminada de forma algo injusta pela Alemanha, não conseguindo chegar à final que bem merecia.

11 ideal da prova (4222): GR B.De Jong (Hol); LD J.Cousins (Ing), DC T.Kongolo, DC Karim Rekik, LE Riza Durmisi (Din); MDef K.Ebecilio (Hol), MC Emre Can (Ale), MOD Christian Norgaard (Din), MOE Viktor Fischer (Din); PL Samed Yesil (Ale) e Anass Achahbar (Hol)

Outros destaques: DC Frederik Holst (Din) MDef P.Olsen (Din), MO Abdallah Yaisien (Fra), MO Tonny Trindade de Vilhena (Hol), ED Memphis Depay (Hol), PL Hallam Hope (Ing), PL Kenneth Zohore (Din) e PL Vojno Jesic (Ser)

Melhor marcador: Kyle Ebecilio (Hol), Tonny Trindade (Hol), Samed Yesil (Ale) e Hallam Hope (Ing) - 3 golos

Melhor jogador: Houve vários jogadores que se destacaram. Na nossa opinião, Viktor Fischer na primeira fase, e Kyle Ebecilio na segunda, principalmente pelos golos que apontou.

Vitória justa da Holanda? Que jogadores se destacaram na prova? Poderão singrar no futuro, ou quando atingirem o escalão sénior desaparecerão do mapa? Recordo que jogadores como Rooney, Fabregas, Sahin, Nasri, ou mais recentemente Bojan e Mario Götze foram considerados como os melhores jogadores da prova. Quando voltará Portugal a participar nestas competições? É o reflexo da pouca aposta na formação?

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